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São Paulo, 1988. Sete horas e doze minutos de uma manhã de sol de um dia tão sem graça quanto qualquer outro que dia que contenha aulas, por isso Klara não estava particularmente sonolenta, desinteressada ou animada em ir à escola. Como todos os dias, saiu de casa pelo enorme portão, deu tchau à mãe que cuidava dos afazeres domésticos e como um robozinho social, avançava passo a passo em cima da calçada no ritmo impresso pela rotina para chegar na escola de sempre.
(ela teve um sonho esquisito, mas esqueceu de lembrar)
Ela estava na oitava série, gostava de música e escolhia os filmes para ver de acordo com o consenso de seus amigos e quais atores que estariam na tela grande. Comia no Mc mais de uma vez por semana, mas planejava dieta toda segunda-feira. Se achava gorda, embora estivesse na parte mais baixa da categoria "Peso Normal" no IMC (Índice de Massa Corporal), odiava seu cabelo (lisos e loiros) e faltando apenas três quarteirões para sua escola suas preocupações se reduziam a duas: a prova de matemática na primeira aula e como se vingar de Serginho e "daquela perua".
Enfim, tinha uma vida sem graça, era uma menina sem graça e se esforçava muito para isso. Nem em pensamento tinha se expressado assim, mas era da filosofia que o mundo era cruel com quem era diferente.
São Paulo, 1988. Sete horas e vinte e três minutos de uma manhã de sol de um dia tão sem graça quanto qualquer outro que dia que contenha aulas, o mundo prova para Klara que ele era também cruel com quem era igual a todo mundo, de forma simples e eficiente: uma janela de carro aberta, exibindo um revólver apontado para a menina. Ameaçadoramente, claro.
- Entra. De bico fechado.
Pronto, Klara não era mais uma pessoa normal, era uma sequestrada!

つづく

"- Filha, já se trocou? - a cabeça de sua mãe aparece pelo vão da escada, acrecentando mais susto à uma menina que encontrou o senhor dos sonhos de mau-humor.
- AAAAI!! ...atchim! N-não, mã.
Em dois tempos, Klara-mãe estava do lado da cama, separando a filha do amontoado de bichos felpudos.
- Eu duvidava que sim... e ainda está com os cabeli molhada... e febril! Prega! Tu nunca me obedece!!
- Atchim! Atchim! Excuso, mãe.
- Fica quieta e não me deixa o calorímetro cair. A mãe de Klara tinha o dom de ignorar os princípios básicos da física quando o assunto era a saúde da filha ou do esposo. Moveu-se mais rápido que a luz da escada até a cama da menina quando algum instinto ancestral notou algo de errado, e no instante seguinte à constatação da febre fez brotar do nada termômetro, xaropes, comprimidos e uma toalha seca para concluir o serviço inacabado de retirar o excesso de água dos loiros cabelos da filha. Já esta aquietou-se - meio por estar encabulada com a bronca da mãe, meio por ainda por sua alma vibrar na frequência dos ecos do seu sonho ruim - e deixou a mãe terminar de enxugar seus cabelos e troca-la com roupas mais secas, passiva como se fosse uma boneca de pano.
- Tu está um dedinho de quente, mas não é febre ainda. Abra a boca.
- Ah, o de pinguinho não, é malíssimo.
- Só pus vinte pingui na água, Klara! Bebe zinha e não faz carauta!
- (Glub, glub) - ela bebe como se a água fosse dissolver seus dentes - Blergh!!
- Tu é mui exagerata, filha!
- Então bebe tu os pingui, mã!
- Não sou eu quem está a ficar febril, e não quero ter gosto azio na boca pelo resto do dia.
- (Eca, eca!) Finória! Tu sabia que eu não estava exagerando!! Klara diz fazendo cara de azedo enquanto a mãe sorri achando graça da sua criança, penteando os cabelos dela ritmadamente, que fazem a menina se distrair da realidade e se voltar mais e mais aos seus pensamentos, mesclando em seu ser o gosto amargo do remédio com o ruído de fundo do pesadelo. [...]
- E papae?
- Na capa. Acredita que vai fazer grande comércio com aqueli estrangeiri, mas faz para mim que eles não vão comprar nada não, se muito umas moedinhi velha. Agora finite de se trocar para cearmos, fiz macarronada hoje.
- Nham! Vivo de macarronada, já estou lambendo os beici!! E de pospasto?
- Pudim de leite. Do jeito que tu gosta.
- Nham! Nham!
"


Mushi-san pesquisa: um livro com a maioria dos diálogos escritos nesse estilo seria cansativo? Ininteligível? Dá noção de um lugar diferente?
Grato ^^

Continuação do texto que comecei aqui

E não escrevi mais pq deu vontade louca de mexer no blog, na página de Caverna do Dragão e tenho de fazer as contas pra viagem pra Recife XD

Não sei como é para os outros, mas inspiração pra mim é um treco chato. Ela vem assim, sem avisar abrindo uma portinha na minha cabeça através usando uma linha de pensamento qualquer, e rapidinho toma conta da casa como se fosse dela.

Essa parte é legal, faço tudo num pique só. Por dois-três dias, meus esforços estão direcionados pra trazer ao mundo real o que a ocupante da casa dita. Planejo, procuro instrumentos, referências, faço rascunhos e executo. É bom isso, vale a satisfação :) Tira um tanto o gosto da boca, o gosto de que estou perdendo tempo, ou estão perdendo o meu tempo enquanto espero acordarem.

Mas dura pouco. Em cerca de meia semana a volúvel da dona Inspiração cai fora, só deixando seus ecos dentro da casa vazia. Ainda tento fazer algo pela inércia deixada, e por que não gosto de deixar nada pela metade. Mas não sai nada bom, ou ao menos, não sai como estava no começo.

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A reforma da geladeira em que criei os post-it de tamanhos diferentes foi algo assim, de sopetão, mas perdi o pique pra fazer todo o planejado (tem mais pequenas coisas pra serem implantadas que não foram por que faltou inspiração ^^) e o texto a seguir tá seguindo o mesmo caminho:


Fotolog: Moças aleatórias feitas no palm ^^ Umas alienígenas (tenho uma séria queda por ficção científica que me faz comprar drogas que nem "A Reconquista" - comprar não é sinônimo de assistir^^), outras daqui mesmo. A única com nome é a loirinha do alto à esquerda, a Klara, personagem de história que sempre enrolo pra fazer^^`

Fotolog: Cena de gibi velho meu, fevereiro de 1991 ^^
Como minha letra é feia e o balão tá praticamente ilegível, nem me vou dar ao trabalho de "traduzir" o texto :PP

O que me deixa feliz é que meu traço até que melhorou um tanto nestes 12 anos pra cá (quase 13). Essa parte de página é uma das melhor desenhadas na época :)

Na cena, a Klara/Sheila, que apareceu no desenho do dia 11, além de "carros policiais voadores típicos de histórias de ficção científica passados em outros planetas no futuro". Originalíssimo... :D

Ps: Ah sim, notem as pautas da folha de caderno!

Fotolog: Da esquerda pra direita Klara Pölal (ou Sheila Vitória, dependendo da versão da história ^^), Camila Nereira Fook (prima da Catarina - não sei se ponho aspas no "prima". De qualquer forma ambas são cantenianas :P ) e Ndtll (tymze, em versão semelhante ao desenho de anteontem - aqui ela tá com cara de morta ¬¬). Todas as três em versão criança, o desenho tá tosquinho e as três são de uma história que nunca acho que nunca vai sair....

Esse aí gastou horas de trampo, e ainda assim tá cheio de erros de anatomia, de sombreado, perspectiva, técnica...

(mas se eu não pratico, quem pratica por mim? ^^)

PS: da esqueda pra direita: Klara, Camila (prima da Cat) e Ndtll. Personagens velhas...
PS2: Vou mexer no visual da Ndtll. Ainda não gostei desde que mudei o jeitão da raça dela ¬¬

pula da mesma moita, cai em cima do desenho dela, a olha fundo nos olhos, o que faz a menina sentir um arrepio subir por toda a sua espinha, largando o galho.
- Menina, qual o seu nome?
- ... - a única coisa que Klara conseguia ouvir agora eram as batidas do seu coração.
- Menina, qual o seu nome?!
- ... - a única coisa que Klara não conseguia fazer era juntar forças para superar o susto e dizer alguma coisa.
- MENINA, QUAL O SEU NOME?!?

" 1989

Essa história aconteceu há alguns anos atrás, nas margens das novas - agora não tão novas - e escuras florestas lá do alto.
Nas margens destas matas de altas árvores e grande silêncio (pois ainda não há aves o suficiente no mundo para povoar todas estas novas florestas, mesmo que elas já sejam meio antiguinhas), vivia uma família sem filhos, meio distante da pequena cidade que era a mais próxima. Esse casal era jovem e num domingo de março, a mulher do casal recebeu a visita da sua irmã, seu esposo e sua filha Klara, que era uma menina muito curiosa.
Depois de almoçar com seus tios e pais, Klara estava brincando de desenhar no chão de areia com um galho quebrado quando um coelho branco saiu de uma moita de grama e correu para a direção das árvores. Como sua mãe tinha mandado ela não se afastar da casa, ela decidiu ignorar o bichinho e voltou a rabiscar o chão.
Logo depois apareceu outro coelho, desta vez cinzento, saindo da mesma moita que o coelho branco e correndo também para as árvores. Kara se lembra da cara de brava da mãe dela quando ela mandou não se afastar da casa, e volta a ignorar o fato e risca desenhos com mais força a a areia do quintal da sua tia.
Mas, assim que fez o primeiro traço no chão, um terceiro coelho, preto que nem carvão, pula da mesma moita, cai em cima do desenho dela, a olha fundo nos olhos"

(isso é exemplo do que disse logo abaixo)

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