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Morra de inveja, Escher.


11dez15 - calabouço da senzala

Essa semana atendi um senhor entre maduro e idoso. Ele queria sacar um dinheiro de benefício social, contratou um advogado, mas o suposto advogado recusou a causa e sugeriu ele sacar o dinheiro por vias normais.

"Suposto" por que nunca vi tanto erro em um texto digitado fora da internet:




(Aposto que ele usou o corretor automático do word, as palavras estão com a grafia correta...)

P.S.: Nas entrelinhas, dá para entender que o cliente estava preso quando consultou o tal adevogado...

Volta e meia sugiro cartazes para serem afixados nas portas da senzala, mas nunca são aceitos. Aqui tem dois da lavra mais recente XD

(Tá pequeno? Clique para ampliar)

Minha sugestão de quinta-feira...





...e a de hoje, em que fomos fazer apenas 2 horas de expediente, em vez de emendar o feriado de vez, como seres humanos normais :P

* Sim, sou eu Imitando uma velha piada da Mad dos bons tempos X) Veja aqui, aqui e aqui :P

(fonte: Mad - Site não oficial)

Mas, mushi, coméqui você quebrou o pé num degrau de cinco centímetros de altura e fim de semana passada ganhou um torção no mesmo lugar?

Assim:

Ao descer, tendo a seguir pro lado direito, e com um tico de azar, piso pra fora da borda do degrau, onde tropeço, jogo o peso do meu corpo de sílfide em cima e >crec<

À esquerda, fica o escudo dos guardas, depois do espediente, eles ficam conversando, o que faz o meu trajeto ser empurrado mais ainda para a zona de risco X)

À direita ficam as estagiárias que dão senhas, tipo essa que apareceu a perna na foto x)

Com o pé ainda inchadinho, segunda fiquei descalço atrás do guichê, só calçando o sapato (com os cadarços bem frouxos) para tirar xerox. Ganhei um furo no dedão, cortesia de um grampo jogado no chão ¬¬

(depois fui obrigado a tentar nem conseguir correr debaixo do chuvão que teve ontem a tarde. Está ridículo, estou andando que nem um pato. Pato manco. Pato manco encharcado)

Hoje levei havaianas, mas antes disso, indo pra senzala de ônibus (costumo ir de ônibus e blábláblá), apertei o sinal na hora errada e passei meu ponto. Um quarteirão e meio de subida com pé semi-torto. Sem chuva, ao menos... :/

Por fim: hoje tiraram o degrauzinho, mas não colocaram nada no lugar ainda (vão refazer decentemente, dizem...). Um colega e uma estagiária quase que caem no chão por esquecerem desse novo detalhe na rotina :P

Ok, estou encalhado, com bloqueio na escrita e ser bancário dá tanto status quanto ser atendente de telemarketing. Reclamar faz parte, mas sei que sou feliz quando...

1) Meu projetinho pessoal cresce devagar, mas sempre. Depois de ver tantos grupos, sites, portais, histórias, congregados, coletivos, blogs, estúdios e afins começarem e pararem logo em seguida, ou morrerem já na intenção, é até satisfatório ver que algo que fiz sozinho está vingando na Vida Real. Ok, falta tudo o mais, mas tenho conteúdo, tenho visitas e tenho comentários. É muito mais que muita gente que apareceu para mim arrotando caviar já teve.
2) Noto que briguei por e consegui salvar uma vida, que retribui carinho, bagunça, alegra todo mundo que convive com ela, e como Neném provou, pode ser mais valiosa que muito falante bípede bem cuidado por aí.
3) Não transmuto minha vida em bosta, nem meço o mundo a partir dela. Sempre dá para piorar e sempre dá para melhorar, e no geral é a gente quem escolhe.
4) E que minha maior preocupação no fim de semana foi achar espaço na estante X)


nem te conto donde tirei a idéia desse post

Ainda no espírito de dar uma afastada para por a vida em ordem e tentar relaxar. E por que enjoei do avatar anterior :P

Andava fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, e parando com outras que urgiam atenção, isso estressa. Autocobrança. E também estava acumulando raiva de burrices e tosqueiras da vida real, em especial da senzala. Aí cada raiva que acumulo, é uma reação física em cima de alguém que acabei não realizando, mas o corpo se preparou assim mesmo... daí, estresse físico :| C'est la vie.

Sempre torci contra a seleção em copas, e esse ano não vai ser diferente, ainda mais com os horários bancários em dias de jogo -_-PQP, ninguém merece entrar na senzala no horário em que acordo, nem que seja pra sair mais cedo. ¬¬

Confesso: já pedi aqui para jogarem míssil na agência e tenho planos para destruição do prédio caso algum dia eu ganhe na mega. Também já sonhei que a agência tinha desabado e eu tinha de trabalhar lá dentro assim mesmo, entre cacos e a fila infinita-e-além. D:

Domingo aqui não choveu forte, mas teve antes uma ventoleira vitaminada que pôs no chão dois vasos grandes de minha mãe e em outras partes da cidade granizou. A segunda acordou com cara de buttday como sempre é, mas no meio do trajeto pra senzala, me avisam pelo celular que eu teria de ir para outra agência, já que de repente a minha ficou fechada para reformas:

O furacão miniatura do dia anterior moveu várias das telhas eternit, que foi o suficiente para criar o caos dentro do prédio: várias das forrações do teto sairam de lugar e encharcaram, vidros quebraram, dizem que até pedaços de impressora voaram lá X) Isso disparou o alarme, que chamou a segurança que chamou o povo que iria arrumar a bagunça.

Mas como meus carimbos e crachás ainda estavam no trabalho de sempre, passei lá para pegar antes de ir pra senzala provisória e, quando cheguei, o estrago no andar de cima já estava bem arrumado, mas em baixo ainda havia um lindo rombo perto do setor dos caixas:

Como eu queria muuuuuuuito(cofcof) ir para a outra maldita agência, pus algumas coisas em dia antes de sair (não, não enrolei), choraminguei com as chefias para que mandassem outra vítima para o abate e não teve jeito: tive de ir a contragosto.

Mas de birra, decidi ir a pé, não de busão :P

No caminho, avenida acima, encontrei isso aqui:

Lotação invade calçada e atinge camelôs na Zona Leste de SP
Veículo só parou depois de bater num poste.


O trânsito parou nos dois sentidos, um monte de curioso observando, o de sempre... se eu tivesse ido a pé, teria demorado mais ainda para chegar lá :P

(Uns quarenta minutos depois cheguei, almocei, ajudei, voltei para casa, escapei de outra tempestade, etc)

Hoje: estava tudo normal na senzala e descobrimos que nossa agência foi um fracassado projeto piloto de banco com teto solar, ou com economia ecológica de energia elétrica usando iluminação natural. Ou era uma homenagem à nosso colega com pouca telha careca que já foi gerente XD

Começo do mês passado (já? o.O), uma sexta, agência cheia, eu estava atendendo um cliente quando me aparece outro, grandão, dois por dois, careca e bravo. Estava puto da vida, tinham multado ele lá fora, mas que ia pegar o guarda por que conhecia ele e tal. Disseram pra ele que já tinha sido chamado.
Peguei a senha dele, pus no lugar e avisei que não, havia gente na frente dele ainda.

(rapidão, o esquema onde atendo é o seguinte: damos senhas com números pros clientes. De tempos em tempos, recolhemos as senhas com um documento e colocamos em ordem na mesa. E chamamos em ordem, exceto quando está escrito "preferencial" na senha - idosos, gestantes etc - ou quando um funcionário de fora do setor vem ajudar e pega um serviço que ele tem autorização ou sabe fazer)

Se você entendeu o parênteses acima, ele não tinha como ter sido chamado ainda por que simplesmente não tinha me entregue a senha. E mesmo assim, haviam vários na frente dele. Beleza, continuei o atendimento, terminei, chamei o próximo. Nem dois minutos me aparece o ser esbaforido, reclamando que era pra ter chamado ele, eu explico que não e tal. E ele me aparece no guichê mais vezes, cada vez mais bravo - na verdade, acho que ele estava alterado, bêbado ou pior.
Um dos clientes pede calma, que estava demorado mas é para todo mundo igual. Ele quase briga com o cliente.
Numa das últimas idas ao xerox, checo que ele quer algo simples e decido, na volta, fazer o que ele quer e entregar discretamente o extrato quando vier reclamar pela enésima vez...

Mas aí ele já perdeu a paciência, achando que eu estava brincando com ele ou algo assim, e chega perto do guichê querendo me dar porrada 0.0. A guardete me recomenda levantar e ficar longe do balcão. Nego exibe o muque e só não avança por que os guardas estão em torno.

Eles não podem fazer nada com ele se ficar só na ameaça. Regras são regras. A cliente que eu estava atendendo tinha se afastado faz tempo, ele estava ameaçando. A companheira dele (grávida) pede calma e tal, em algum momento eu tinha devolvido o RG do ser. Nessa pausa das ameaças, os guardas me recomendam refúgio na cozinha. Fui :P

Logo põe uma senhora para dentro do banheiro: o estressado foi embora logo depois, a porta giratória barrou ele, que a forçou com o ombro e a quebrou. Um dos estilhaços cortou o pé da mulher, que não parava de sangrar. Ele fugiu, a companheira também.

PS: essa é a quinta vez que a porta quebra. Da primeira vez, o cara foi preso, pagou 300 reais de fiança e vai ter de pagar outra porta. Da segunda e quarta vezes, fugiram. Na terceira vez, foi preso durante a greve da polícia. O delegado olhou pro cara e pro gerente, e soltou ele.

PS2: a mulher ferida foi levada ao hospital, ia viajar aquela noite. Tinha ido ao banco desbloquear cartão, mas desistiu e estava indo para casa quando aconteceu.

PS3: o tosco não apareceu mais. Preciso me benzer.

PS4: se eu tivesse levado porrada, ele seria preso imediatamente e não teria ferido a mulher na fuga. E eu teria pego alguns dias de licença em casa. Ou na UTI...

PS5: hoje ontem (já é terça) minha agência não abriu por causa da chuva de domingo. X)

Dia light, agencia sossegada. Haviam cadeiras vazias no meu setor, se haviam seis pessoas na fila nos caixas era muito.

Mas... mulher reclamando nas cadeiras da demora em ser atendida, que na agência da avenida Paulista não tem disso de esperar, blábláblá. Era do tipo que estava estressando quem atende (moi) e os outros clientes também.
Chega a vez dela:
- Moço, aqui é castigo pra gente.
Respondi de boa, em tom neutro:
- Castigo é a gente ter de ficar ouvindo a senhora reclamar. ¬¬
Ela continuou recitando o terço dela:
- A espera aqui é enorme.
Aumentei o tom pros outros clientes ouvirem.
- Aqui a gente atende um de cada vez, na ordem.
- Mas ninguém merece, a gente tem horário.
- Não posso acelerar o atendimento doss outros só por que a senhora está com pressa...
- Na Paulista não tem dessas de esperar não.
- A senhora é livre para ser atendida lá se quiser.
Ela conseguiu ter o dom de falar todos os argumentos que ouço e que conheço resposta faz tempo...^^"
- Mas eu moro aqui, então tenho de vir aqui.
- Então seja atendida como é aqui. Aqui está seu extrato. Próximo.

Não vou por em pauta aqui a falta de funcionários, que é crônica, nem que fiquei arriscado a ganhar uma reclamação na ouvidoria. Mas a agência estava vazia e reclamar na fila não resolve nada, só atrapalha mais ainda quem já tem muita coisa para resolver no atendimento.


PS: Ontem fui ao médico com dor no ouvido, deve ser por causa das coisas que oiço -_-'

Veio técnico para colocar novos números nos guichês:
- Moço, que número coloco aqui? 1 e 2 ou 4 e 5 para seguir a sequência dos caixas?
Mushi pensa por 2 segundos:
- Põe 17 e 18. Esse povo só sabe contar até dez, se fizer assim eles não me acham nunca mais X)

Podem ver, depois do dia 11, a agência esvazia.

O cliente era do tipo enfezado, e sobrou pra estagiária atender:
- Espero agora q este cartão que estou pedindo chegue! Já pedi três vezes e nunca chega!
- Moço, tua casa não tem número? Você não preencheu...
- É da minha casa o endereço que tenho de colocar aqui?
- Está escrito no campo “endereço do trabalhador".
- Ah, eu li “endereço do trabalho”.
- ...

- senhor, preencha o número do documento, ali no campo na parte de cima da folha.

E ele me preenche no cabeçalho da folha...

Recolhendo as senhas para organizar a chamada:
- Moço, vou depois do cara q vc atendeu!
- Vou seguir a chamada pela ordem numérica, moça.
- Ordem de número?!? To esperando um tempão aqui e você vai seguir ordem de número?!
Ai -_-'

PS: (sim, ela era a próxima)

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