Com monte de resenhas atrasadas, decidi por em dia comentários sobre Astro City, que estou lendo tudo em ordem na medida que tenho tempo :P
E como ainda tenho alguns volumes para ler, vou deixar aqui um índice das resenhas anteriores da série:
• Vida na Cidade Grande
• Confissão
• Álbum de Família
(o título desse post não deve caber no twitter....)
• Astro City: O Anjo Maculado (de
Kurt Busiek e
Brent Anderson): Minha última releitura (
já tinha lido edição de outra editora) antes de entrar em terrenos desconhecidos de Astro City. Mas faz tanto tempo que mal me lembro dos detalhes. Na primeira história somos apresentados à Carl Donewicz, morador de bairro pobre, que na vida rumou ao crime, virou supervilão (porque em Astro City isso é possível) e acabou 20 anos preso. Agora, fora da cadeia quer recomeçar a vida, longe de encrencas.
Mas quem quer dar emprego honesto à um ex-presidiário, ainda mais com pele cromada e blindada? :P Com o passar das páginas, ele volta ao antigo bairro, onde residem outros que seguiram a carreira de supervilão e suas famílias, e lá ele é contratado pela comunidades para descobrir quem é que anda assassinando super-criminosos e membros da comunidade.
# Veredicto: quando recomecei a ler, admito que não lembrava se tinha gostado ou não da história. Com o passar das páginas eu estava "putz, como me esqueci dessa história??"
# Bom: além da construção ótima e caracterização dos personagens, dois temas foram bem trabalhados, pra mim: um é a ilusão do dinheiro fácil, o de "vou sair dessa vida depois do próximo trabalho que vai resolver tudo". Outro, menor aqui, é o peso da decadência, da dor de perceber que nunca foi tão bom assim, o desespero em fugir da sensação de fracasso.# Mau: desperdício de um personagem interessante e o vilão até que é bem construído, mas é meio mequetrefe :P196 páginas • R$25,90 • 2016 •
veja no site da editora • Astro City: Heróis Locais (de
Kurt Busiek e
Brent Anderson): Mais um volume de histórias curtas passadas em Astro City, nos moldes de
Vida na Cidade Grande e
Álbum de Família:
• A cidade pelo ponto de vista de um funcionário de hotel da cidade, que recepciona novos visitantes ao estabelecimento e à cidade em "
Recém-Chegados". A história do profissional é mais legal que a dos hóspedes que ele pinça naquele dia, mas o melhor é o arco sutil que surge sem te avisar na segunda página e te surpreende sendo fechado na última.
• Como é trabalhar com gibis de super-heróis numa cidade povoada de superseres?
Em Busca de Ação é trágica, engraçada e a melhor história da revista.
•
Altas Expectativas é bem contada, mas o tema de alguém que finge/atua ser um (super-)herói ter de encarar a coisa real é meio batidinho já.
• Me lembrei das velhas histórias do Super-Homem/Superboy dos anos 60 em que a personagem feminina (Lois Lane ou Lana Lang) vivia correndo atrás do herói para desmascará-lo. Em
Armadura Brilhante o tema é extrapolado ao realismo e... o autor mostra o quão infantil era esse tipo de enredo e seus personagens.
• Moça da cidade vai ter férias a contragosto no interior em
Pastoral, com seus preconceitos e descobertas. Sim, tem um super-herói local, mas não curti tanto essa história (apesar de ser a preferida do cara que escreveu a introdução do gibi).
• Um advogado colocando no tribunal a lógica de um mundo em superpoderes existem (
leia-se controle mental, clones, seres imortais...) pra livrar a pele do filho de um gangster culpado até o último fio de cabelo. A história é contada em duas partes (
Bata na Madeira e
Sistemas de Justiça) e também é um dos pontos altos do volume.
•
Tempos Idos mostra um velho herói sendo colocado à contragosto numa batalha por causa de um ex-aliado "normal" que no fundo queria um retorno aos velhos tempos em que ele também era alguém.
• e, pr fim, "Depois do Incêndio", uma história curtinha que pelo jeito foi feita às pressas pra homenagear os bombeiros e outros profissionais que se perderam no Onze e Setembro.
# Veredicto: mais um punhado de histórias curtas e vão se acabar os arquétipos de "cidadão normal" para o Busiek trabalhar :P Birra à parte, o saldo é positivo, tem pérolas aqui, mesmo achando que o autor se dá melhor em histórias mais longas.
# Bom: quando o absurdo de viver em um gibi é colocada de forma cotidiana e os personagens lidam com isso de forma natural :)# Mau: algumas histórias se sairiam melhor se fossem desenvolvidas com mais páginas, mesmo como trama secundária num arco maior.260 páginas • R$28,90 • 2016 •
veja no site da editora • Astro City: A Era das Trevas 1 - Irmãos & Outros Estranhos (de
Kurt Busiek e
Brent Anderson): E aqui começamos o maior arco de histórias já feitos em AC: esse volume se passa nos anos 70 do século passado, centrado em dois irmão, sendo que um se tornou policial e o outro foi pra malandragem e pequenos furtos. Aquele tenta se manter honesto, e às vezes tem de lidar com super-heróis dificultando seu trabalho na polícia, este tem como princípio não matar, mesmo se envolvendo em gangues controladas por supercriminososos. Paralelo a isso temos a tensão do fim da guerra do Vietnã e do governo Nixon, além do julgamento de um grandes heróis daquela cidade, além do desenvolvimento (acompanhados meio à distância) de vários outros personagens, vários já apresentados nos volumes anteriores.
# Veredicto: É um dos pontos altos da série =)
# Bom: a caracterização da época está linda de convincente, os personagens centrais cativam o leitor e a construção do mundo é invejável.# Mau: em todo um subtexto sobre pena de morte... e a irreversibilidade dela ao descobrir a inocência do condenado. Isso é feito de forma meio jogada, e o roteirista faz uma pequena trapaça permitida pelo gênero que é até interessante, mas tira o impacto, ou não trabalha isso direito.260 páginas • R$28,90 • 2016 •
veja no site da editora • Astro City: A Era das Trevas 2 - Irmãos em Armas (de
Kurt Busiek e
Brent Anderson): Estamos nos anos 80 e nossos personagens em vez de estarem na margem do super-heroísmo, se jogaram nas fronteiras internas dele: o policial vira agente de uma super-agência governamental (nos moldes da Shield) e o malandro se infiltra numa super-organização terrorista de gibi, tudo para caçarem pelo mundo o homem que matou seus pais.
É uma história sobre a obsessão por vingança, tanto dos personagens, quanto da sociedade, mas tem tanta coisa colorida acontecendo em torno que o tema perde oportunidades de impactar o leitor. O fim (epílogo incluso) é previsível, mas ao menos é simpático, depois de tanta tensão e de gente fazendo cara de mau.
# Veredicto: A parte final dA Era das Trevas é bom, mas aquém à primeira - tanto na caracterização de personagens, de época e abordagem de temas.
# Bom: a crítica da sociedade em ficar buscando culpados para eliminar, e a consequência disso (você nunca sabe se você pode ser o próximo bode expiatório) é uma boa metáfora.# Mau: super-heróico demais, os irmãos tinham vários elementos no volume 1 que podiam ser retomados de forma interessante, mas que foram simplesmente deixados pra lá em nome da vingança :P E, por causa do ponto de vista das histórias bem fixo, algumas coisas vitais acontecem lá longe e só temos a vaga idéia do que aconteceu. Às vezes isso é frustrante =p244 páginas • R$34,90 • 2018 •
veja no site da editora • Um Vento À Porta (de
Madeleine L'Engle): Continuação de
Uma Dobra no Tempo: nela nossa protagonista encontra estranhos seres para brigar com seres mais estranhos ainda, indo para num mundo microscópico dentro das mitocôndrias do irmão para salva-lo. Parece legal? Na capa li com desconfiança e não me decepcionei: não gostei e não recomendo.
# Veredicto: comecei o terceiro livro e se ele não me interessar,
dropo a série toda.
# Bom: o conceito visual do querubim, Proginoskes =)# Mau: o livro fica tão abstrato e descativante que em certo ponto que não estava mais me importando com trama, personagens, objetivos, só queria chegar ao fim daquilo logo. Outro ponto é que pelo jeito a autora não sabia terminar livros e, pra completar, ela faz seus personagens darem chocolates pra um cachorro (o alimento é tóxico pros bichos....)224 páginas • A Wind in the Door • edição de 2018 (livro de 1973) •
veja no site da editora
Índice de resenhas e movimentações da minha estante:
...e estou vendendo parte da minha coleção, veja a lista aqui
Discussão
Não vou mentir, fiquei curiosa. Sobre todos. XD
vou ter de te emprestar algum seculo desses XD