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As Estrelas do Lábaro: as cores e formas da flâmula

Ou "parte 1 de uma série de artigos"

Então, às vezes vem uns "como seria se...?" na minha cabeça que acabam virando monstros enormes, porque gosto de fuçar detalhes e enquanto não passar o faniquito de fazer, não passa (mas, às vezes, sufoco). Esse texto que começa hoje, é um deles.




O Brasil, antes da independência, teve uma série de bandeiras tanto como colônia portuguesa, tanto como parte do reino unido com Portugal e Algarve. Quando D. Pedro passou lá perto da minha casa e decidiu que era hora dele se virar sozinho, sem essa de ficar dependendo do papai-e-rei-de-Portugal, levou o país junto nesse projeto de independência e teve de criar várias coisinhas simbólicas para indicar aqui era um novo país, uma nova fase de nossa história, coisa e tal.

Aí, criaram algo assim para representar nossa pátria:

(imagem pega da Wikipédia, como todas as outras dessa parte, ok?)

Brasão no meio (houveram algumas variações dele entre a Independência e a República), sobre losângulo losango amarelo representando nosso ouro, sobre fundo verde representando nossas matas, certo?
Não.
Quer dizer, a parte do brasão está certa, mas o verde veio da casa de Bragança, donde veio D. Pedro I, e o amarelo é dos Habsburgo, família de D. Leopoldina, esposa dele. E assim ficamos.


Bragança à esquerda, Habsburgo à direita



(admito que até acho nossas bandeiras monárquicas elegantes, mas sabem como é, regimes ruins tendem a caprichar no visual, tipo um perfuminho estético pra disfarçar o podre da estrutura)




Eventualmente, como todos sabemos, em 15 de novembro de 1889, a Monarquia se foi e se veio a República. Como pegava mal manter uma bandeira com um símbolo monárquico escancarado no meio, o novo governo adotou essa coisa criativa aqui:

...que durou só quatro dias, mas que é bem precursora do hábito nacional de sair copiando (às vezes sem reflexão) coisas de certo país do norte. Por sinal, o nome oficial do nosso país foi República dos Estados Unidos do Brasil até 1967, quando nos tornamos a República Federativa do Brasil.


"Mudou?"



Enfim, voltando pro fio da meada, a bandeira-clone-com-as-cores-dos-Bragança-e-dos-Habsburgos durou nem uma semana útil. Tiraram o brasão monárquico, mas mantiveram os também monárquicos losango amarelo sobre retângulo verde e tacaram em cima um círculo azul com faixa e estrelas... e é delas que quero falar, nas próximas partes desse post :P

[continua]






Ah, duas coisas: uma é que o resumo da nossa história e da história de nossa bandeira, OBVIAMENTE, está bem resumido tomando vários atalhos. A outra é que apesar da origem meio torta, gosto da nossa bandeira: a idéia do losango é quase que exótica num "álbum de bandeiras do mundo todo" (onde dominam faixas verticais, listras horizontais e vice versa), a escolha de cores é rara e combina - o duo verde-amarelo sozinho é praticamente um símbolo nacional por si só... ao contrário de, sei lá, azul-vermelho-branco, que tanto pode ser os Estados Unidos quanto Cuba, mais um monte de outros países, por exemplo :P

Discussão

Adriana (Strix), 2020/01/29 17:24

Pro tanto que a galera conservadora gosta de babar pela bandeira, é incrível o quanto não contam a história dela.

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blog/as_estrelas_do.txt · Última modificação: 2020/11/04 17:14 (edição externa)