(de Alan Moore e Chris Sprouse)
Nunca tinha lido tudo de Tom Strong, mas conhecia o personagem através de edições soltas da Devir e Pixel: Tom é um herói à moda antiga, criado pelos pais para ser o ser humano perfeito (e é forte, longevo, e diria de bom caráter). Com o passar das décadas casou-se com Dhalua (um dos melhores casamentos inter-raciais que já li), teve filha, além de ter um mordomo robô e um amigo macaco inteligente. Ah, ele vive numa cidade de prédios altíssimos em que teleféricos são um dos meios de transporte normais.
Pra quem leu muito Alan Moore, a comparação é inevitável: se Miracleman é o Super-Homem descontruído e jogado no realismo; se Supreme vai no caminho contrário - o personagem respeita e homenageia inteligente todas fases do kryptoniano; Tom Strong é o Super antes de ser o Super: bebe nas antigas histórias pulp, em que fingiam fazer a ciência explicar os poderes e feitos do herói. Ah, sim, é também o que chamo de "Moore de bom humor": as histórias tem menos sombras, em todos os sentidos, que o usual do autor (Top 10 é outra HQ que coloco nessa etiqueta e espero que relancem, com todos os spin-offs).
Nessa edição temos a origem do personagem (mais apresentação do mundo e personagens secundários), o confronto com uma inteligência artificial auto-replicável e depois com uma civilização asteca transdimensional que pretende invadir a do personagem. Depois vem uma aventura em sequência em que ele enfrenta uma antiga rival nazista, uma entidade que dominava a Terra antes dos continentes se separarem ("uau!" pro conceito) e o retorno de um vilão clássico (que, num flashback, mostra que se utiliza de um conceito científico ultrapassado xD).
# Veredicto: divertido, inteligente. Faz a quarentena passar mais rápido :P
# Bom: Moore saca algumas idéias novas/diferentes em cima de conceitos científicos. E apesar de Strong ser bem porradeiro e andar armado, tem um caráter calmo e conciliador, um diferencial depois de uma década de metrancas gigantes, músculos sobre músculos e dentes rangendo. Ah, as críticas ao nazismo valem pra atualizade, infelizmente....
# Mau: vilã nazista fetichista, já vi muitas, viu? :P E nem era o Arthur Adams na melhor forma.
212 páginas • R$27,90 • 2016 • veja no site da editora
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