janeiro 2020 Archives

No texto anterior, prometi que ia falar de estrelas, mas vou adiar isso mais um capítulo, tá? Mas, para não deixar o post desestrelado, deixo aqui - sem relação alguma com essa série de textos - um poema de Juó Bananére, que entre outras coisas, escrevia sátiras de outros poemas do dialeto paulistano extremamente italianado do começo do século XX:

Uvi Strella

CHE scuitá strella, né meia strella!
Você stá maluco! e io ti diró intanto,
Chi p'ra iscuitalas montas veiz livanto,
i vô dá una spiada na gianella.

I passo as notte acunversáno c'oella,
Inguanto cha as otra lá d'un canto
St'o mi spiano. I o sol como um briglianto
Nasce. Ogliu p'ru çeu: _Cadê strella?!

Direis intó: _O' migno inlustre amigo!
O chi é chi as strallas tidizia
Quano illas viéro acunversá contigo?

E io ti diró: _Studi p'ra intendela,
Pois só chi giá studô Astrolomia,
É capaiz de intendê istas strella.

Já que estamos falando de gente antiga em língua estrangeira (ou algo assim), cito mais um, o filósofo francês Auguste Comte:


"O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim" (imagem retirada daqui)

Comte foi fundador do Positivismo, uma corrente filosófica bastante influente no século XIX, tão influente que um dos seus lemas acabou estampado em boa parte de nossos símbolos nacionais, a bandeira inclusa.
Só que, por algum motivo (mentalidade da época? orçamento com gráfica?), tiraram o Amor da citação....
ia até fazer piadinha que deve ser por essa falta de amor que o faixa sobre a esfera faz parecer que a bandeira tem uma carinha triste, brava, arrogante... mas o motivo tem mais a ver com a idéia de que "norte = cima" e "sul = baixo" que qualquer outra coisa. Se lembrar, falo num capítulo futuro :P


Inclusive, se um dia incluírem "amor" na bandeira, faço uma pesquisa e texto pra explicar direito o que era o Positivismo :P


Existe um elemento que está presente em praticamente TODAS as bandeiras do Brasil desde o descobrimento, mas também não vou falar disso agora, se lembrar falo depois :P
Mas, existe OUTRO elemento que está em bandeiras que circulam por aqui desde o século XVII: o céu.


No começo, era representado pela esfera armilar, que é um instrumento de navegação em forma de modelo reduzido do cosmo. A esfera está na bandeira portuguesa de navegação desde cerca de 1692 e quando o Brasil virou "Reino Unido com Portugal e Algarves"...

...ou, reino unido com a parte branca (Portugal) no mapa mais a parte vermelha do mapa (Algarve)...

...ela também estava lá, continuou na bandeira do Império (e hoje em dia está da bandeira portuguesa)

Quando o país trocou a monarquia pelo regime republicano, a esfera armilar foi embora de nossa bandeira, mas mantivemos nela a idéia de representar o cosmo.

Meio torto, mas tá lá. E é disso que quero (finalmente) começar a falar no próximo texto :P

[continua]

P.S.: todas as imagens foram pegas na Wikipédia, exceto quando citado :P
P.S.2: depois fui ver que Bananére parodiava muito Olavo Bilac, poeta parnasiano - o Parnasianismo era uma escola literária com traços positivistas :P - e que escreveu... o Hino à Bandeira! o.O
Tem umas coincidências que me assustam, viu? :P
P.S.3: em tempo: o texto original de Bilac é esse aqui.


(de Katsuhiro Otomo)

Nova fase! E agora acho que devia ter feito uma resenha única pras 3 primeiras revistas e outra pras restantes, mas agora já era. Assim como Neo Tokyo, que sobreviveu (novamente e relativamente) aos eventos do final da edição anterior e está subdividida entre facções rivais que disputam espaço, poder e recursos no cenário pós-apocalíptico que a megalópole se tornou. E, se Akira #3 foi a edição praticamente sem um personagem, aqui é a edição praticamente sem o parça dele :P

# Veredicto: muito bom, quero ver no que vai dar.
# Bom: ver a construção das nova ordem social e ver onde estão os personagens sobreviventes nesse novo tabuleiro é interessante. E continuo batendo palmas pra arte, diagramação e narrativa.
# Mau: o worldbuilding tem uns furinhos bestas que me incomodam, escondidos pelo ritmo e capacidade narrativa do Otomo: por exemplo, não fica claro quanto tempo se passou entre esse gibi e o anterior, e qualquer resposta parece cair em alguma inverossimilhança. Fora algumas idas e vindas de personagem que parecem ser apenas pra gerar ação, mas que são bem descartáveis pro todo da trama (assim como alguns personagens legais que estão aí, mas podiam ter sido eclipsados sem prejuízo)
400 páginas • R$76,90 • 2019 • veja no site da editora

Em tempo: o fliperama na quarta capa é uma versão customizada deste aqui^^

Akira #1Akira #2Akira #3

Uma cronologia de Akira (a obra, não dentro da história)
1982: início do mangá na revista Young Magazine
1984: primeiro encadernado
1985: segundo encadernado
1986: terceiro encadernado
1987: quarto encadernado
1988: lançamento do anime no Japão, lançamento do mangá nos EUA
1990: quinto encadernado, encerramento do mangá na Young Magazine, lançamento do mangá no Brasil (Globo)
1993: sexto encadernado
1995: encerramento do mangá nos EUA
1998: encerramento do mangá no Brasil

Índice de resenhas e movimentações da minha estante:

...e estou vendendo parte da minha coleção, veja a lista aqui

(Shockwave)
Agente do serviço secreto inglês, o MI-6, e sobrinho de Sir Denis Nayland Smith (veja MI-6 e Denis Hayland Smith), Lancaster Sneed teve seu corpo praticamente destruído, vitima de uma explosão na África do Sul, onde se encontrava em missão. Passando por todo tipo de cirurgia, o agente teve seu corpo reconstruído com chapas de metal e, ao tentar voltar a ativa, foi afastado da organização por ter sido julgado mentalmente desequilibrado. Sem se conformar com a situação, ele viajou para o Oriente, onde aprendeu diversas modalidades de lutas marciais. Usando seu gênio científico, Lancaster criou um dispositivo capaz de transmitir fortes descargas elétricas em tudo que tocasse. Assumindo o nome de Punho Elétrico, ele regressou à Inglaterra, indo trabalhar em um circo para ganhar a vida. Secretamente contratado por Fu Manchu para ser seu espião nos exércitos de Fah Lo Sue, a Filha do mandarim chinês que, na época, pretendia destruir o vilão e toda a sua organização (veja Fah Lo Sue), o agente enfrentou e derrotou Shang Chi (veja Mestre do Kung Fu). Os dois voltaram a se enfrentar algumas semanas depois, e, desta vez, foi Sneed o vencido. Quase morto, o criminoso foi entregue ao MI-6, que lhe aplicou uma lavagem cerebral e o transformou em um agente especial cuja única função era matar quem a organização, na época corrompida, indicasse. Aliado ao pequeno andróide Brynocki (veja Brynocki), Punho Elétrico na verdade desejava destruir o MI-6, que ele julgava ser o responsável por todo o seu tormento. Confrontado uma terceira vez por Shang Chi, ele foi entregue a policia e, desde então, não se tem mais noticias sobre o criminoso. Punho Elétrico foi criado por Doug Moench em 1976.


Índice: ABCDEFGHIJKLMNOSobre esse projeto

Ou "parte 1 de uma série de artigos"

Então, às vezes vem uns "como seria se...?" na minha cabeça que acabam virando monstros enormes, porque gosto de fuçar detalhes e enquanto não passar o faniquito de fazer, não passa (mas, às vezes, sufoco). Esse texto que começa hoje, é um deles.


O Brasil, antes da independência, teve uma série de bandeiras tanto como colônia portuguesa, tanto como parte do reino unido com Portugal e Algarve. Quando D. Pedro passou lá perto da minha casa e decidiu que era hora dele se virar sozinho, sem essa de ficar dependendo do papai-e-rei-de-Portugal, levou o país junto nesse projeto de independência e teve de criar várias coisinhas simbólicas para indicar aqui era um novo país, uma nova fase de nossa história, coisa e tal.

Aí, criaram algo assim para representar nossa pátria:


(imagem pega da Wikipédia, como todas as outras dessa parte, ok?)

Brasão no meio (houveram algumas variações dele entre a Independência e a República), sobre losângulo losango amarelo representando nosso ouro, sobre fundo verde representando nossas matas, certo?
Não.
Quer dizer, a parte do brasão está certa, mas o verde veio da casa de Bragança, donde veio D. Pedro I, e o amarelo é dos Habsburgo, família de D. Leopoldina, esposa dele. E assim ficamos.


Bragança à esquerda, Habsburgo à direita

(admito que até acho nossas bandeiras monárquicas elegantes, mas sabem como é, regimes ruins tendem a caprichar no visual, tipo um perfuminho estético pra disfarçar o podre da estrutura)


Eventualmente, como todos sabemos, em 15 de novembro de 1889, a Monarquia se foi e se veio a República. Como pegava mal manter uma bandeira com um símbolo monárquico escancarado no meio, o novo governo adotou essa coisa criativa aqui:


...que durou só quatro dias, mas que é bem precursora do hábito nacional de sair copiando (às vezes sem reflexão) coisas de certo país do norte. Por sinal, o nome oficial do nosso país foi República dos Estados Unidos do Brasil até 1967, quando nos tornamos a República Federativa do Brasil.


"Mudou?"

Enfim, voltando pro fio da meada, a bandeira-clone-com-as-cores-dos-Bragança-e-dos-Habsburgos durou nem uma semana útil. Tiraram o brasão monárquico, mas mantiveram os também monárquicos losango amarelo sobre retângulo verde e tacaram em cima um círculo azul com faixa e estrelas... e é delas que quero falar, nas próximas partes desse post :P

[continua]


Ah, duas coisas: uma é que o resumo da nossa história e da história de nossa bandeira, OBVIAMENTE, está bem resumido tomando vários atalhos. A outra é que apesar da origem meio torta, gosto da nossa bandeira: a idéia do losango é quase que exótica num "álbum de bandeiras do mundo todo" (onde dominam faixas verticais, listras horizontais e vice versa), a escolha de cores é rara e combina - o duo verde-amarelo sozinho é praticamente um símbolo nacional por si só... ao contrário de, sei lá, azul-vermelho-branco, que tanto pode ser os Estados Unidos quanto Cuba, mais um monte de outros países, por exemplo :P

(Project Pegasus)
O Projeto Pegasus e um enorme centro de pesquisas situado no alto de uma montanha, cujas dependências se estendem por 24 andares no interior da terra. Dirigido pelos doutores Myron Wilburn, Margaret Mayfair e Anson Harkov, ele possui uma equipe de brilhantes cientistas, e, entre suas muitas unidades de pesquisa, destaca-se uma seção especial dedicada a investigação de seres dotados de superpoderes. O chefe de segurança da instalação é o herói conhecido como Quasar (veja Quasar).


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(Professor Wing)
Pai de Colleen Wing a jovem amiga do Punho de Ferro que, com sua companheira Misty Knight, mantém uma agência particular de investigação (veja Colleen Wing e Misty Knight) - o professor, grande estudioso de História Oriental, teve uma vida bastante atribulada. Anos atrás, quando fazia uma escavação na India, ele descobriu "O Livro de Todas as Coisas", considerado pelos nativos do local um tomo maldito. Não dando ouvidos para o que diziam, na mesma noite ele foi visitado por adeptos do Culto de Karakai, uma seita que acreditava existir no livro o segredo para a destruição do reino imortal de Kun Lun, onde o Punho de Ferro foi treinado (veja Punho de Ferro). Como o volume estava escrito em uma língua muito antiga, Wing levou-o à civilização para traduzi-lo. Deixando a Índia pelas montanhas, ele encontrou um monge chamado Tampa, muito ferido devido a uma avalancha. Já às portas da morte, o monge contou-lhe sobre um menino, Daniel Rand, que havia sido adotado pelos imortais de Kun Lun para se tornar o Punho de Ferro. Tempos depois, já em Nova Iorque, o professor entrou em contato com o campeão de Kun Lun e tornou-se seu grande amigo. Não tardou muito e o herói descobriu que o livro encontrado pelo pai de Colleen, na verdade, encerrava o espírito do sanguinário Ninja, o responsável pela morte de Harold Meachum (veja Ninja e Harold Meachum), e que o espadachim estava utilizando o corpo do professor para se manifestar na Terra. Com muito esforço, o campeão marcial conseguiu derrotar o criminoso oriental, e o professor ficou livre da terrível influência. Contudo, o destino foi cruel para com ele. Encontrado pelo vilão Angar, que desejava raptar sua filha, Wing teve a mente praticamente destruída pelos gritos alucinantes do terrorista (veja Angar, O Gritador). Criado por Doug Moench em 1974, até hoje ele continua hospitalizado, vivendo em estado vegetativo.


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(de Kurt Busiek e Brent Anderson)

Mais uma leva de histórias curtas e relativamente fechadas =)
• Depois de Simon Magus, que conhecemos em passagens rápidas pela Era das Trevas, A Auxiliar de Feiticeira nos apresenta a Adepta de Prata, outra personagem mística (que parece ser a maga suprema daquele mundo :P), com toda a carinha de que nasceu depois que Astro City começou a ser publicado :P A história é contada pelo ponto de vista de sua secretária (que é artista, boa de organizar agenda e sabe improvisar) e temos um mini-arco que é quase um conto de fadas: os personagens são esquisitos e bem restritos com um problema aparentemente simples que só a protagonista pode solucionar.
• Tem histórias que você logo manja onde vai dar e que é uma metáfora para outra coisa, por exemplo: vícios. A Floresta Escura e Densa é dessas.
Valsa das Horas é uma hq com pistas falsas pro leitor, com idas e vindas no tempo, e uma excelente redenção de vilão através do amor XD Não é ruim, mas não gostei 100% da execução da trama.
• O par de capítulos Amigos da Ellie e Amigos e Relações, que conta a história de uma velhinha que coleta, reforma e coleciona robôs danificados de super-vilões funcionou legal pra mim (apesar que o sobrinho da personagem central e o que ele trouxe devia ter sido substituído por algum recurso narrativo melhor) até mostrarem o passado dela. Ter uma "origem secreta" às vezes quebra o encanto.
Ah, temos uma Victor von Doom de saias, cuspida e escarrada :P
• A último conto do volume, Eu Queria Poder..., é simpática, com personagem em negação e percebendo que criou seus próprios preconceitos para lidar com um ambiente carregado de preconceitos pra quem está fora do padrão. A primeira e essa aqui são minhas preferidas do volume, mas admito que essa aqui é por motivos não-racionais.

# Veredicto: mais um bom gibi pra estante :)
# Bom: apesar de algumas escorregadelas, Kurt Busiek faz personagens são humanos e você se importa com quase todos. Inclusive, é um dos "defeitos" de Astro City: 20 páginas depois e um carinha que praticamente só fez figuração estes anos todos se torna (mais) um dos seus personagens preferidos da série :P
# Mau: como disse acima: uma história inteira e detalhes na narração de duas ficaram bem a desejar. Mas queria pontuar outro problema que não é específico desse volume, mas do título como um todo: volta e meia abrem-se tramas, vislumbram-se possibilidades... e demora uma eternidade pra reaparecer e andar, quanto mais fechar.
176 páginas • R$26,90 • 2019 • veja no site da editora

lista de resenhas de Astro City:
1 - Vida na Cidade Grande
2 - Confissão
3 - Álbum de Família
4 - O Anjo Maculado
5 - Heróis Locais
6 - A Era das Trevas 1 - Irmãos & Outros Estranhos
7 - A Era das Trevas 2 - Irmãos em Armas
8 - Estrelas Brilhantes
9 - Portas Abertas
10 - Vitória


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(de Katsuhiro Otomo)

Uma edição praticamente sem um personagem (que retorna, depois da história fazer um replay do começo), e mais um calhamaço de páginas passadas em poucas horas, mas ainda assim, dá pra ver que a trama está desacelerando, de uma trama de adolescentes querendo agitar com drogas, motos e total ausência de preocupação com consequências, agora entramos aos poucos no pântano de conspirações, personagens com moral cada vez mais cinzenta elaborando planos próprios, executando golpes. ...e eventualmente você descobre que muito desse tipo de esforço vai pro lixo fácil :P Uma coisa interessante, vista de alguém de 2020 real, é ver quão anos 90 era a tecnologia futura imaginado no começo dos 80: não temos internet, não temos celulares, os computadores são de tubão. Os carros estão mais pra lá que pra cá, não temos drones (mas temos robôs-bola à prova de tudo, menos de personagens engenhosos).

# Veredicto: rumo ao quarto volume XD.
# Bom: apesar de não ter a força dos volumes anteriores, esse mantém a qualidade gráfica/narrativa e o interesse de quem lê.
# Mau: depois do 11 de setembro, você olha com muito ceticismo como ficam os prédios, na HQ, depois de fortes explosões. E ainda acho essa capa mal-colada por dentro um serviço bem porco pra um gibi caro.
288 páginas • R$69,90 • 2018 • veja no site da editora
Akira #1Akira #2

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Os Ebionismo era uma ramificação do Cristianismo Primitivo que pregava, entre outras coisas, que os cristãos deveriam seguir os mandamentos judaicos, além de rejeitar os ensinamentos de Paulo e considerar que Jesus era o messias, mas não Deus, que não nascera de uma virgem, mas que era filho biológico de José.
Aparentemente os ebionitas tinham por literatura uma versão reduzida de Mateus, com adulterações e escrito em grego, chamado de "Evangelho dos Ebionitas". Digo "aparentemente" porque o livro original se perdeu no tempo e o que conhecemos são citações que Epifânio de Salamina fez no século IV na sua obra Panarion, em que critica várias heresias.

Por que quis traduzir isso?

Porque faz um tempo estou fazendo um paralelo dos quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), mas também quero agregar material de dentro e de fora do cânon nessa comparação: existem diversas citações do Antigo Testamento citadas, dizem que tem textos de fora da Bíblia que são citados (a conferir), e, claro, existem textos apócrifos que valem a comparação com os textos canônicos, além de outros textos antigos não-religiosos (e não judaico-cristãos) que talvez sejam interessantes colocar nesse agregado.

Aí que entra o Evangelho dos Ebionitas: é um dos poucos evangelhos apócrifos que chegaram a nossos tempos, na verdade, comentários e sete fragmentos dele. Por isso, ele merece ser citado no meu trabalho - e só por isso, porque o que sabemos dele não tem muito de novo em relação aos evangelhos oficiais, e o que tem de diferente é mais a favor da doutrina deles do que alguma cena diferentona ou historicamente interessante :P

Enfim, a seguir a tradução dos trechos do Panarion (heresia número XXX) relativos ao evangelho em si. Comentários de Epifânio estarão em cinza, quotações do texto, em preto, seguidos por números em vermelho, que indicam a provável ordem de aparição destes fragmentos no texto inteiro. Ah, essa minha tradução é feita em cima de traduções em inglês: meu inglês é ruim, mas meu grego é bem pior :P Vou por os links e algumas referências off-line lá embaixo.


13:1 Mas retomarei a minha argumentação contra Ebion - por causa do evangelho segundo Mateus, o curso da discussão me obrigou a inserir todo o conhecimento que adquiri.
13:2 Agora, no que eles chamam de um Evangelho segundo Mateus, embora não seja o Evangelho completo, mas um corrompido e mutilado - e eles chamam essa coisa de "Hebraico"! - a seguinte passagem é encontrada:
[4] "Havia um certo homem chamado Jesus, e ele tinha cerca de trinta anos, e ele nos escolheu. E, chegando a Cafarnaum, entrou na casa de Simão, apelidado Pedro, abriu a boca e disse:
13:3 Enquanto eu caminhava junto ao mar de Tiberíades, escolhi João e Tiago, filhos de Zebedeu, e Simão, André, Filipe e Bartolomeu, Tiago, filho de Alfeu, e Tomé, Tadeu, Simão, o zelote, e Judas Iscariotes. Você também, Mateus, sentado no posto de recebimento dos impostos, chamei e você me seguiu. Quero, pois, que sejais doze apóstolos em testemunho a Israel.
13:4 E [2] "isso sucedeu de acontecer quando João batizava, que os fariseus vieram a ele e eram batizados, e toda Jerusalém também. E ele tinha uma veste de pelos de camelo e um cinto de couro ao redor dos lombos. E a carne dele", diz, "era mel selvagem, cujo sabor era como o de maná, como bolo em óleo."
13:5 Portanto, eles resolveram tranformar a palavra da verdade em uma mentira e substituiram "bolo em óleo" no lugar de "gafanhotos"
13:6 Mas o começo do evangelho deles é:
[1a] "Isso aconteceu nos dias de Herodes, rei da Judéia, sob o sumo sacerdote Caifás, em que um certo homem chamado João, veio batizar com o batismo de arrependimento no rio Jordão. Dizia-se que ele era da linhagem do sacerdote Arão, filho de Zacarias e Isabel, e todos foram a ele".
13:7 E depois de dizer muitas coisas, acrescenta: [3] "Quando o povo foi batizado, Jesus também veio e foi batizado por João. E quando ele saiu da água, os céus foram abertos e ele viu o Espírito Santo descer na forma de uma pomba e entrar nele. E uma voz foi ouvida do céu dizendo: Tu és meu Filho amado, em ti me comprazo; e outra vez: Hoje te gerei. E de repente uma grande luz brilhou naquele lugar. Vendo isso", diz, "João disse-lhe: Quem és, Senhor? E novamente veio uma voz para ele do céu: Este é meu Filho amado, em quem me comprazo".
13:8 "E então", diz, "João caiu diante dele e disse: Peço-te, Senhor, me batize. Mas ele o proibiu dizendo-lhe: deixe como está, pois é assim que tem de acontecer".
14:1 Veja como o ensino totalmente falso deles é manco, torto e não está correto em lugar nenhum!
14:2 Pois, supostamente usando o mesmo chamado Evangelho segundo Mateus, Cerinto e Carpócrates querem provar desde o início de Mateus, pela genealogia, que Cristo é o produto da semente de José e Maria.
14:3 Mas essas pessoas têm outra coisa em mente. Eles retiram a genealogia no Evangelho de Mateus e o abrem, como eu disse, com:
[1b] "Aconteceu nos dias de Herodes, rei da Judéia, no sumo sacerdócio de Caifás, que um certo homem, chamado João, veio batizar com o batismo de arrependimento no rio Jordão", e assim por diante.
14:4 Isso porque eles pregam que Jesus é realmente um homem, como eu disse, mas que Cristo, que desceu na forma de uma pomba, entrou nele - como já vimos em outras seitas - e se uniu a ele. O próprio Cristo veio de Deus nas alturas, mas Jesus é filho da semente de um homem e de uma mulher.
14:5 Mas eles negam que ele é um homem, supostamente com base nas palavras que o Salvador falou quando lhe disseram:
[5] "'Eis que tua mãe e teus irmãos estão do lado de fora'. Quem são minha mãe e meus irmãos? E estendeu a mão para os discípulos e disse: Estes são meus irmãos, mãe e irmãs, estes que fazem a vontade de meu Pai."
14:6 E assim Ebion, como eu disse, que está abarrotado de todo tipo de truques, que se mostram de várias formas - fazendo dele uma monstruosidade, como indiquei acima.
[...]
16:3 E eles dizem que é por isso que Jesus foi gerado da semente de um homem e escolhido, e então foi chamado Filho de Deus por eleição, depois que o Cristo veio a ele do alto na forma de uma pomba.
16:4 Mas eles dizem que ele não foi gerado por Deus Pai, mas criado como um dos arcanjos, e que ele é o governante dos anjos e de todas as criaturas do Todo-Poderoso; e que ele veio e nos instruiu a abolir os sacrifícios.
16:5 Como diz o tal evangelho:
[6] "Eu vim para abolir os sacrifícios, e se você não deixar de sacrificar, a ira não deixará de pesar sobre você". Essas coisas e outras desse tipo são fraudes inventadas que estão presentes entre eles.
[...]
22:4 Mas, para destruir deliberadamente a verdadeira passagem que essas pessoas alteraram o texto - o que é evidente para todos pelas expressões que a acompanham - e representou os discípulos dizendo:
[7] "Onde quer que preparemos para comer a Páscoa?" e ele supostamente dizendo: "Eu realmente queria comer carne nesta Páscoa com vocês?".
22:5 Mas como a adulteração pode passar despercebida, quando a passagem grita que o "mu" [μ] e o "eta" [η] são adições? Em vez de dizer ἐπιθυμίᾳ ἐπεθύμησα, eles colocaram o μή adicional. Cristo disse realmente: "Com desejo, desejo comer esta Páscoa com você." Mas eles se enganaram escrevendo carne e fazendo um registro falso dizendo: "Eu realmente queria comer carne nesta Páscoa com vocês?". Só que é claramente demonstrado que ele manteve a Páscoa e, como eu disse, comeu carne.


Notas:
1) O fragmento de abertura do Evangelho dos Ebionitas tem duas versões ligeiramente diferentes, por isso foram numeradas como "1a" e "1b".
A versão em inglês do Panarion que tomei como base é essa aqui, mas também consultei essa tradução dos fragmentos na Wikisource, fora a tradução que tem no livro "The Complete Gospels", editado por Robert J. Miller.
2) Achei também uma tradução em português apenas dos fragmentos, aqui.
3) Sobre o Ebionismo, o evangelho deles, Epifânio e o Panarion, também recomendo dar uma olhada nos artigos da wiki em inglês =p
4) Obviamente, estou aberta a correções, meu inglês é bem deficiente e grego é grego para mim X)
5) Por fim, se alguém chegou até aqui, deixo uma amostra de como está ficando meu paralelo dos Evangelhos (apesar que terei de muda-lo completamente, já que assim é um documento impublicável =_=): clique aqui e veja, avisando que só o texto da tabela está escrito, o restante está com texto "falso" indicando onde terei de escrever mais, futuramente^^

Sobre esses posts(Natal)Marcos 1Marcos 1, de novoMarcos 3Marcos 5Fighting Fantasy - the SynopticsSobre dar esmolas, ser cristão e alguns pastores no twitter: uma colagem de versículos

(Powerhouse)
Potencius é um vilão capaz de absorver a força de qualquer oponente para ampliar a sua própria, capaz de absorver a energia de uma arma usada contra ele e redirigi-la de volta para o seu atacante, e até mesmo criar um elo mental com um adversário - se os dois estiveram em contato físico - para controlar a utilização da força desse inimigo. Criado em 1976 por Marv Wolfman, Potencius enfrentou o herói Nova e, mais tarde, foi levado pelo Esfinge, juntamente com Nova, Cometa, Vigilante, Diamante e Dr. Sol para o planeta Xandar, em busca de certos conhecimentos almejados pelo Esfinge (veja Esfinge e Nova).


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(de Katsuhiro Otomo)

Como não falei na resenha anterior, comecei 2020 lendo uma HQ de 2019 :P Aqui o ritmo continua frenético (todo o volume se passa em bem mais ou menos um dia), a trama se afunila, Tetsuo se ferra, conhecemos o personagem título (fora de potinhos), há profecias no ar... E Kaneda continua idiota.

# Veredicto: é um gibi que te gruda nele até acabar de ser lido.
# Bom: personagens, história, ritmo, diagramação, traço.
# Mau: não sei se foi só minha edição, mas parte colorida do interior da capa veio bem mal colada (só a borda lateral, em vez de toda) da parte externa. Ficou feio, ficou esquisito, só não atrapalha a leitura, mas, né, gibi caro devia ser perfeito fisicamente também :P
304 páginas • R$69,90 • 2018 • veja no site da editora

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(de Magno Costa e Marcelo Costa)

Não entendo porque saiu tão rápido outra Graphic MSP do Capitão Feio: a anterior foi legalzinha, mas não era essa coca-cola toda. Nessa, temos algumas releituras de personagens secundários do Cascão (a ala dos que querem dar um banho nele :P) e a luta do Capitão Feio contra outro vilão do "cascãoverso". E mais uma "cena 'pós-crédito'" revelando o que já sabemos, mas agora um dos personagens sabe :P

# Veredicto: aqui também vale o "não é uma das obras primas do selo, mas tira nota pra passar de ano". Mas com menos ênfase, porque o gibi já perdeu o doce sabor da novidade.
# Bom: também me repetindo: "competência na arte, diagramação e no roteiro. Os autores fizeram a lição de casa e tudo funciona." E curti algumas releituras de personagens =)
# Mau: então, aqui repetem-se os problemas da edição anterior, alguns clichês dizem "oi", fora que todo o enredo do gibi é ancorado numa briga, porque sim.
100 páginas • R$31,90 • 2019 • veja no site da editora

Outras Graphic MSP resenhadas:
Astronauta: Assimetria, EntropiaCapitão Feio: IdentidadeCebolinha: RecuperaçãoChico Bento: ArvoradaHorácio: MãeJeremias: PeleMônica: Força, TesourosPiteco: FogoTina: Respeito


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Um post com título chamativo pra uma decisão boba: quando comecei a fazer postagens no blog chamadas "'resenhas' rápidas" era pra fazer comentários mais informais e ligeiros das histórias que consumia, meio que pra diferenciar das resenhas mais elaboradas que bem ocasionalmente fazia.
Mas logo boa parte das próprias "'resenhas' rápidas" ficaram bem elaboradas, e o nome em comum de todas estas postagens acabou virando só uma espécie de selo pra identificar esse tipo de texto aqui no blog. E hoje me toquei que não preciso dessa muleta, de ter o nome "'resenhas' rápidas" e agrupar um número de resenhas para saírem juntas lá fora, na internet :P E talvez já não estava precisando faz um tempo mesmo: o que nasceu como um recurso para "soltar" minhas opiniões mais facilmente alguns anos atrás deslanchou ano passado e acho que não preciso mais de muletas, que começam a atrapalhar meu andar.
Assim, estou aposentando o hábito de agrupar um grupo de opiniões sobre livros/gibis/filmes sob o mesmo guarda-chuvas, mas elas continuarão acontecendo aqui. E as muletas, elas vão ficar guardadas ali, talvez eu nunca mais as use, talvez eu me machuque e precise voltar à elas, talvez ache outra utilidade no futuro, como fiz com o Heya, né? :)

(The Porcupine)
Alex Gentry é um brilhante cientista que criou uma armadura totalmente coberta por tubos, através dos quais pode disparar rajadas de fogo, gás, dardos, que provocam paralisia e outras coisas. Criado em 1964 por Stan Lee, ele enfrentou vários super-heróis mas nunca conseguiu grande destaque em sua carreira de fora-da-lei. Há alguns anos, aliando-se aos criminosos Enguia, Homem-Planta e Espantalho, foi contratado pelo Encapuzado para acabar com o Capitão América (veja Encapuzado), mas todos acabaram derrotados pelo famoso herói e seu então parceiro Falcão (veja Falcão).


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Depois de mais ou menos dois anos e meio (não tenho mais vergonha na cara), resgatei traduções de entrevistas com Mark Evanier e Katherine Lawrence, dois dos autores de Caverna do Dragão.

Junto do visual desse blog aqui, meu velho site de Caverna do Dragão não ter recuperado 100% do conteúdo que teve - e não era muito - depois de tantos anos é uma de minhas grandes frustrações, e sei lá quando remediarei essa situação de verdade (provavelmente, sites vão estar definitivamente obsoletos quando isso acontecer...), ainda mais levando em conta que tem muita coisa que acumulei e que quero um dia ver online, na nossa língua^^

(Polaris)
Os pais de Lorna Dane morreram num acidente de avião poucas semanas após o seu nascimento. A pequena órfã foi então adotada pelos Danes, provavelmente a irmã e o cunhado de sua mãe. Os Danes nunca disseram a Lorna que não eram seus verdadeiros pais, temendo que a verdade tivesse um efeito traumático demais sobre ela. Lorna só foi saber do acidente de avião e que havia sido adotada, aos vinte anos de idade. Como nasceu com cabelos verdes, a jovem e seus pais adotivos sempre os mantinham tingidos de castanho para que não chocassem as pessoas. Durante muito tempo, a cor do cabelo era o único sinal da fantástica estrutura genética da jovem. Ela possuía um potencial latente para provocar fenômenos magnéticos, mas certos fatores físicos impediam que suas capacidades se manifestassem. Seguindo o curso normal dos acontecimentos, suas habilidades jamais viriam a tona, mas a intervenção de Samuel Saxon, o mestre roboticista cujos padrões cerebrais foram preservados em Mecanus (veja Mecanus), alterou seu destino completamente. Saxon havia construido um andróide duplicata de Magneto, o mutante com grandes poderes magnéticos que, na época, havia sido dado como morto (veja Magneto), e também um pequeno exército de robôs com estranhos poderes chamados de semi-homens. O plano de Samuel era utilizar os seres mecânicos como meio para acumular riqueza e poder, fazendo o mundo acreditar que todos os mutantes eram malignos. Saxon, porém, descobriu que precisava de mutantes reais para conduzir seu exército enquanto permanecia oculto, dando instruções através do robô de Magneto. Primeiro, ele fez com que o andróide do mestre do magnetismo recrutasse Mesmero para servir de comandante (veja Mesmero). Logo a seguir, ele fez com que seu aliado utilizasse um gerador psíquico - instrumento semelhante ao computador Cérebro que o Professor X utiliza para localizar mutantes (veja Charles Xavier) - para atrair todos os mutantes do país que possuíssem poderes magnéticos. O mutante mais próximo era Lorna Dane, que se sentiu compelida a viajar até São Francisco, a cidade onde Mesmero se encontrava. Mesmero e seus andróides capturaram a jovem e a colocaram em um simulador genético, que alterou toda a sua estrutura celular, permitindo que seus poderes se manifestassem. Enquanto isso, o vilão usou seus poderes hipnóticos para mudar a personalidade de Lorna de forma que ela simpatizasse com o falso Magneto e sua causa. Em Dane foi incutida a idéia de que Magneto era seu pai e que ela havia herdado os poderes dele. Pouco tempo se passou até que Mesmero perdesse seu controle sobre a moça, certo de que Lorna obedeceria às ordens de seu suposto pai, não importando o que acontecesse. Pelo contrário, quando o Homem de Gelo, então X-Man, revelou a ela que Magneto não era quem ela pensava, e contou-lhe toda a história do acidente aéreo, bem como sua adoção, a mutante uniu-se aos X-Men para combater o robô de Magneto. Mesmero e o andróide conseguiram escapar, os semi-homens foram destruídos e Saxon, com seus planos frustrados, teve que voltar a alugar seus serviços de assassino, utilizando seres mecânicos para matar. Durante algum tempo, a bela mutante de cabelos verdes afeiçoou-se a Robert Drake, o Homem de Gelo (veja Homem de Gelo), mas acabou se apaixonando por Alex Summers, também conhecido como Destrutor (veja Destrutor). Como nenhum dos dois jamais desejou viver uma vida de aventuras e ambos descobriram um interesse mutuo por geofísica, Lorna e Alex estabeleceram-se na Califórnia para desenvolver pesquisas nesse campo. Desde então, os cientistas passam a maior parte de seu tempo distantes de todos. Dane não se preocupa mais em tingir o cabelo. Criada por Roy Thomas em 1967, nem ela (que recebeu o nome de Polaris) nem Summers jamais foram integrantes fixos dos X-Men, mas sempre auxiliaram o supergrupo mutante em situações de emergência.


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• Skreemer (de Peter Milligan, Brett Ewins e Steve Dillon): uma das últimas leituras do ano passado, e uma mini-série que sempre ouvi elogios aqui e ali, mas nunca tive a oportunidade de ler. Num futuro pós-apocalíptico, onde uma praga matou boa parte das pessoas, a ruína do que eram os EUA viraram tipo uma colcha de retalhos de pequenos territórios controlados por "presidentes", na verdade gangsters. A história tem toda aquela vibe da época da Lei Seca, com todos os personagens "durões" (até as mulheres) e conta a história e a queda de Skreemer, o maior de todos os presidentes daquela era.
Curioso que o enredo se situa "num futuro", mas com poucos ajustes dava para coloca-lo em quase qualquer era sem perdas na trama. A narrativa contando duas histórias que se fecham depois do fim (uma é de Skreemer, a outra é do narrador) se encaixa perfeitamente, mas o final é morno (mesmo que com cenas chocantes aqui e ali), meio que por culpa do personagem título, que em alguns momentos se autodefine como uma estátua e, bom, emocionalmente é.

# Veredicto: muito bom gibi, mas também não é um clássico. Precisava de capa dura não.
# Bom: a arte casa perfeita com o roteiro; o mundo construído é escasso em informações mas é perfeito pra história que é proposta. As biografias dos personagens (em flashback) são muito boas e encaixadas muito bem no decorrer da trama.
# Mau: a revelação do "dom" de Skreemer é um elemento bem desnecessário, pra trama e pro personagem - que é do tipo que levanta o enredo mas também faz muito desabar. Outra muleta no roteiro que não funcionou pra mim foram as citações à Finnegan's Wake.
180 páginas • R$59,00 • 2017 • veja no site da editora

• Akira #1 (de Katsuhiro Otomo): Tetsuo e Kaneda são membros de uma gangue drogas encontram um estranho garoto paranormalidade aparece o exército tiros Tetsuo some Kaneda encontra gente subversiva misteriosa se envolve com eles perseguição depois decide ir atrás de Tetsuo que virou líder de uma gangue rival violência ~~~~> Tudo isso e mais acontece nessa edição, num ritmo frenético, diagramação invejável, linhas perfeitas e narrativa exata, praticamente sem barrigas.
Uma aula (de parte) do que o mangá é capaz.

# Veredicto: se não leu, tá moscando. E é um HQ rápida, tem o mesmo tanto de páginas que os dois outros gibis desse bloco de resenhas e você lê na metade do tempo de qualquer um deles.
# Bom: edição grandona, em preto e branco, no sentido oriental. Nada contra a versão dos anos 90 do mangá, com sentido de leitura adaptada pro ocidente e lindamente colorizada por Steve Oliff, mas prefiro (dentro do possível) ler/ver uma obra na forma em que ela foi pensada pelo autor
# Mau: a adaptação desse mangá para anime :P
364 páginas • R$69,90 • 2017 • veja no site da editora

• Astro City: Vitória (de Kurt Busiek e Brent Anderson): na edição anterior estava achando que a série estava ficando dependente demais de cronologia. Aqui meio mordo a língua, boa parte do volume é uma história até que bem auto-contida, apesar de ser centrada em personagens já apresentados e ocorrer em quatro partes:
A Vista de Cima, A Vista das Sombras, A Vista do Coração e Vitória poderia ser fácil uma história da DC, já que temos Vitória Alada, Samaritano e Confessor (as versões locais de Mulher Maravilha, Super-Homem e Batman). Nela temos mais informações sobre a origem e os poderes da Vitória Alada, que é o centro e condutora desse arco: feminista, ela prioritariamente salva mulheres, tem vários escolas em que ensina mulheres a se defenderem, etc. Aqui tudo o que ela construiu é posto em dúvida, corre o risco de de perder os poderes e... bom, a história encerra e não preciso dar muitos spoilers :P
Mas o roteiro tem alguns defeitos na estrutura que me incomoda: o abatimento da personagem parece ter vindo mais do roteiro que da personagem, e um grupo de pessoas que supostamente são sábias e bem-sucedidas (a ponto de gerarem poder!) fazendo um julgamento raso e quase infantil - ficou a impressão que só havia uma voz de bom senso lá dentro, e se fosse assim, estas pessoas não seriam sábias tampouco bem-sucedidas :P
• O Guia do Visitante é uma peça em duas partes: 1) uma das melhores histórias (e mais curtas) da série, na minha opinião, em que uma turista entediada quer aproveitar de verdade suas férias em Astro City, e consegue :) (a página final sempre me faz rir) e 2) páginas de um guia turístico da cidade, com informações soltas sobre a geografia (tem até um mapinha!), história e personagens (com artes de vários artistas). Uma excelente forma de entupir o leitor de informações sem soar artificial.

# Veredicto: continuo achando que "não existe edição ruim de Astro City".
# Bom: o Guia do Visitante é pouco ambicioso em narrativa, mas é bem eficiente. O arco da Vitória Alada é uma história bem desenvolvida, que firmou um romance que estava no background e pôs o Confessor novo no mapa.
# Mau: faltou leitura crítica feminista no arco da Vitória :P E olha que você percebe opiniões no roteiro que devem ter vindo de terceiros (e certeza que o Busiek tem assessoria às vezes, o arco do advogado e do Cavaleiro Azul (em Heróis Locais) grita que teve: o escritor dá uma voltona no enredo para não queimar a advocacia e o próprio conceito de tribunal). Também achei dispensável a tradicional briga de heróis - isso nunca aconteceu em AC e não precisava acontecer - antes de irem atrás do vilão, que por sinal ficou devendo background pra ficar interessante.
180 páginas • R$25,90 • 2016 • veja no site da editora

lista de resenhas de Astro City:
1 - Vida na Cidade Grande
2 - Confissão
3 - Álbum de Família
4 - O Anjo Maculado
5 - Heróis Locais
6 - A Era das Trevas 1 - Irmãos & Outros Estranhos
7 - A Era das Trevas 2 - Irmãos em Armas
8 - Estrelas Brilhantes
9 - Portas Abertas


Índice de resenhas e movimentações da minha estante:

...e estou vendendo parte da minha coleção, veja a lista aqui

(Pluto)
Plutão é o filho mais velho do titã Kronos, que regia o Olimpo antes de Zeus (veja Kronos e Zeus). Temendo ser destronado por um de seus filhos, assim como ele havia deposto seu pai, Kronos aprisionou cada um deles na região infernal conhecida como Hades assim que nasceram. Chocada, Rhea, sua esposa, deu à luz Zeus, sem que Kronos soubesse, e entregou-o à deusa da Terra para que fosse criado em segredo. Quando adulto, Zeus libertou seus irmãos e liderou-os numa bem-sucedida revolta contra o pai e os titãs - revolta na qual a contribuição de Plutão foi roubar as principais armas de Kronos, usando um capacete de invisibilidade. Após a vitória dos olimpianos, Zeus, sabendo que os titãs confinados no Hades precisavam de um rígido guardião, e que Plutão era o único de seus irmãos a suportar a vida naquele lugar, designou-o soberano de todo o reino das profundezas. Plutão ficou feliz com tal incumbência e raramente deixou seus domínios nos séculos que se seguiram, constantemente aumentando a população do reino negro com as almas de pessoas mortas. Quando soube da aparente morte de Odin, ocasião em que o soberano de Asgard enfrentou o demônio Mangog (veja Odin e Mangog), Plutão veio em busca do pai de Thor para conduzi-lo até seu reino. Confrontado pelo poderoso Deus do Trovão, Plutão teve seus planos frustrados quando o pai de todos voltou à vida, graças à intervenção de Hela, a deusa, da morte (veja Hela). Frustrado, ele foi obrigado a levar suas legiões de volta ao Hades, e, desde então, não se tem mais noticias de suas atividades. Plutão foi adaptado da mitologia grega para os quadrinhos por Stan Lee em 1966.


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(Pip, The Troll)
Pip Gofern nasceu príncipe no mundo de Laxidazia. Rico e sem muito o que fazer, ele passava a maior parte de seu tempo pintando quadros do céu noturno - e foi exatamente numa de suas viagens pelo campo a procura de um bom local para elaborar um quadro que ele encontrou um acampamento de trolls, uma subespécie degenerada da raça laxidaziana. Afeiçoando-se imediatamente àquelas criaturas, Pip foi comer, beber e dançar com elas, ingerindo grandes quantidades de sua cerveja especial Ao acordar de ressaca no dia seguinte, o pobre príncipe descobriu que a cerveja que havia toma do na noite anterior possuía propriedades mutagênicas e ele havia adquirido as características físicas dos trolls. Seus pés assumiram a forma de cascos, suas mãos passaram a ter só quatro dedos, suas orelhas se tornaram longas e seu desejo por prazeres se tornou insaciável. Retornando a sua corte real, Pip tentou ocultar sua condição, mas obviamente seu comportamento depravado não pôde ser disfarçado por muito tempo, e ele acabou sendo deposto e exilado da corte. Ocultando-se a bordo de naves mercantes, o pequeno troll deu inicio a uma vida repleta de aventuras. Passado algum tempo, missionários da Irmandade Universal chegaram à Laxidazia para converter os nativos à nova seita liderada pelo tirano Magus (veja Magus). Os agentes da organização encontraram as tribos trolls e logo descobriram que aquelas criaturas eram resistentes a qualquer processo de doutrinação. A Irmandade ordenou então que todos fossem exterminados. Até hoje não se sabe se realmente todos os trolls de Laxidazia foram destruídos. Nesse ínterim, Pip já havia se metido em complicações num sem-número de planetas, a maioria sob a jurisdição da Irmandade. Capturado por agentes da organização, Pip foi enviado a bordo da Nave da Morte, um veiculo espacial repleto de renegados e ateus que deveriam ser executados. Dentro da espaçonave, o troll encontrou Adam Warlock, o ser humano criado artificialmente na Terra, cujo alter ego futuro devia se tornar o perverso Magus (veja Warlock). Vendo que com o gladiador dourado ele poderia sair da Nave da Morte, Pip se tornou companheiro de Warlock e, posteriormente, ajudou-o a destruir seu alter ego maligno. Quando terminou a ameaça de Magus, os dois companheiros foram beber juntos no planeta Sirus X, e então se separaram. Pip embarcou numa série de aventuras sozinho, até que decidiu unir-se a Warlock novamente. Localizando a nave de Thanos, um antigo aliado do gladiador, o troll entrou para ver se seu amigo estava a bordo (veja Thanos). Warlock não estava, mas Thanos sim. Sem encontrar utilidade para o pequeno ser, Thanos usou uma pequena fração de seu poder para destruir o cérebro de Pip. Não demorou muito e Adam encontrou o amigo. Revoltado com o estado dele, o herói usou sua jóia espiritual para absorver a alma do troll e seguiu em sua jornada até destruir o vilão cósmico. Criado por Jim Starlin em 1975, até hoje o espírito de Pip habita a pacífica dimensão verde no interior da jóia espiritual, ao lado da alma de seu amigo Adam Warlock, que morreu fisicamente ao enfrentar Thanos.


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Série de posts em que deduro meu consumismo e tento (tá difícil) tomar vergonha na cara =P
Posts anteriores: janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro e novembro.

Nacionais:
1 de dezembro:
Dragon Ball Super #8: mesma opinião que aqui (11 volumes até agora)
Lobo Solitário #17: mesma opinião daqui (28 volumes)
Naruto Gold #51 e 52: mesma opinião que aqui (72 volumes)
My Hero Academia #23 #24: mesma opinião aqui :P
Príncipe Valente 1952: mesma opinião que aqui, como conseguir números atrasados? :P
12 de dezembro:
Relógio do Juízo Final #8: mesma opinião que aqui (12 edições)
The Promissed Neverland #8: mesma opinião que aqui (15 volumes até agora)
16 de dezembro:
Akira #6: série completa! Agora finalmente poderei ler tudo de ponta a ponta, até o final ♥ (e ainda acho o anime superestimadíssimo)
Capa Preta: só ouço elogios pro trabalho do Lourenço Mutarelli, e também avisos que a obra dele é pesada, escrita sob forte efeito da depressão.
Quarto Mundo #4: mesma opinião que aqui e torcendo muito para que vão até o fim^^
22 de dezembro:
DC encontra Hanna-Barbera #1: curiosidade pra lá de mórbida, admito.
Capitão Feio: Tormenta: é Graphic MSP, sempre vale a pena conferir. O primeiro gibi do personagem foi correto, bem feito, mas nada excepcional.
Dr Slump #15: mesma opinião que aqui (18 volumes)
Dragon Ball #5: mesma opinião que aqui (34 volumes)(!)
Naruto Gold #53: mesma opinião que aqui (72 volumes)
29 de dezembro:
DC Encontra Looney Tunes: mais curiosidade mórbida :P (mas logo termina nas bancas esse ciclo "Hanna-Barbera" pra eu finalmente ler e me desfazer... ou não :P)
Ghost in the Shell: mangá famoso, que virou anime e filmes... e que ainda não li nada. Antes desse teve um volume 1 e o 2, esperando a vez para serem lidos :)
TerraPlana: bobeei de não pegar no Catarse, mas achei lá na Ugra :)

Importados:
1 de dezembro:
Absolute Swamp Thing #1: um dos melhores gibis da DC, do Alan Moore e da história dos comics mesmo. Claro que eu iria querer em tamanho grande :P (serão 3 edições e rezo pra caber no meu bolso....)
Super Late Bloomer: Julia Kaye é uma quadrinista em transição também e as tirinhas autobiográficas dela no instagram são legais :)

Leituras de dezembro
Astro City 7
Astro City 8
Astro City 9
• Astro City 10
• Astro City 11
• Astro City 12
Perfura Neve
Cangaço Overdrive
• Skreemer
• Geração 12 #3

...e destaques das minhas leituras em 2019:
(tentei fazer uma ordem dos melhores/piores acima de suas categorias, mas não levem isso de forma absoluta e pétrea)

melhores leituras
Astro City - não existe edição ruim de Astro City.
Yeshua - foda =)
Eu Mato Gigantes - grata surpresa, recomendão
Beasts of Burden: Rituais Animais - recomendo muito esse primeiro volume.
FullMetal Alchemist - faz tempo que um gibi não me faz devorar as páginas.
Ayako
Alias
Pluto - perde força na segunda metade, mas vale a viagem.
À Deriva - falando em viagem...
Tina: Respeito - boa história e ardeu nas pessoas certas.
Jeremias: Pele
O Bestiário Particular de Parzifal - outra grata surpresa.

piores leituras
O Rei Amarelo em Quadrinhos
O Despertar de Chtulhu em Quadrinhos
Demônios da Goetia em Quadrinhos - só se salva 1½ história (nos três volumes)
Cebolinha: Recuperação
Novos Atlantes
Doutrinador
Pérola
Os Desviantes - dos três gibis da Guará, só Santo salva (mas não se destaca)
Visão - talvez o fator 'decepção' conte aqui :P
Perfura Neve - outra decepção.

nota idiota: a cada trimestre, e depois bimestre, tirava fotos da pilha de leitura do período e falava a altura da mesma, no instagram :P
2019 deu uma pilha de 1,437m

(Nightmare)
Pesadelo é uma entidade humanóide maléfica cujas origens são desconhecidas. Cavalgando um corcel demoníaco ele se alimenta do sonho dos seres humanos para manter sua existência e poder. Habitando o Mundo dos Pesadelos, uma região dentro da dimensão dos sonhos, a maligna criatura vive observando o inconsciente das pessoas, às vezes manipulando os sonhos de um ou outro indivíduo para realizar seus propósitos sinistros. Em seus domínios surrealistas, repletos de detritos da imaginação humana, Pesadelo é quase invencível. A própria dimensão dos sonhos está sujeita a seu controle mental, que altera as formas de tudo, de acordo com sua vontade. Poucos mortais, além do Dr. Estranho, sobreviveram a um encontro com o malfeitor em sua assustadora região. Projetando seus poderes da dimensão em que habita, Pesadelo pode exercer um grande controle sobre aqueles que estão adormecidos. Ele pode retirar a essência vital de qualquer um - o chamado corpo astral - durante o sono, deixando a pessoa em coma. Uma vez em seu domínio a alma dos que dormem pode ser aprisionada em globos de força, transformada em pedra ou bombardeada com seus piores temores. Criado por Stan Lee em 1963, Pesadelo pode também se manifestar na Terra, coisa que ele raramente se aventura a fazer, já que o mundo material o toma virtualmente sem poder. Tendo combatido o Dr. Estranho diversas vezes, o maior objetivo do demônio é expandir sua dimensão até o nosso mundo, valendo-se de meios ocultos.


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