• O Bestiário Particular de Parzifal (de Hiro Kawahara): Comprei essa HQ numa FIQ, fininha, rapidinha de ler, graficamente linda (inclusive, o autor é o responsável pelas desenhos das bandeijas do McDonalds XD), e ainda to digerindo a história, que tem um quê de Totoro, mas bem melancólica.
A história começa com Parzifal, criada numa floresta por seres mágicos que ela mesma criou, decide ir pra civilização, já que está grávida. No capítulo seguinte, há um salto no tempo e mostra Parzival com a filha crescida, e em seguida o enredo dá mais um salto, mostrando a filha já adulta, cética, tendo de ser a mãe da própria mãe, já que Parzifal ainda vive vinculada ao seres da floresta, procurando uma solução mágica para um problema bem sério.
# Veredicto: não espere lições (se elas existem não estão na superfície e não encontrei) nem conforto: a HQ conta a história de alguém específico com problemas específicos (que dá até pra transpor alguma coisa pra vida real, mas não vai se encaixar direito). Mas é uma história com arte linda, contada com sensibilidade. Assim como Parzifal foi financiada por Catarse uns anos atrás, a continuação também já foi financiada e sairá começo do ano que vem. Comprarei =)
# Bom: Primeiro a arte linda. Em seguida, a forma de narração, dando grandes saltos no tempo para os momentos exatos que fazem a trama andar, mas deixando muita (muita!) coisa oculta para a gente completar com a nossa imaginação.
# Mau: Paradoxalmente, na mesma medida que os "vazios", a parte não contada da história, ajudam a construir o encanto, eles também irritam porque a gente quer explorar e o autor não deixa :P E tem também a sensação de "essa é a vida de ninguém" que tive, tipo (aviso de comparação tosca e grosseira) "problemas de super-herói com anos de cronologia que só fazem sentido no universo do super-herói" (fim da comparação tosca e grosseira), mas pode ser ranzinzice minha. Outra crítica menor é a ausência de legendas no trecho em inglês, afinal, nem todo mundo sabe a língua, e... bom, não é uma crítica, mas nesse mundo não tem homem não? Todos os personagens ou são imaginários ou são mulheres =P
72 páginas • R$ 35,00 • 2017 • revista no site da editora
• Nemo: Coração de Gelo; Nemo: As Rosas de Berlim e Nemo: Rio de Espíritos (de Alan Moore e Kevin O'Neill): Na série de histórias em quadrinhos "Liga Extraordinária", Alan Moore brinca com vários personagens da literatura do século XIX, inclusive o capitão Nemo, criação de Júlio Verne. Mas, apesar dessa trilogia "Nemo" ser derivada da série principal e ter o nome de um de seus principais personagens, ela não trata do icônico capitão, mas de sua filha, em três histórias passadas em décadas distintas do século XX.
(Ah, sim: tenham em mente que essa resenha vai ser em cima da leitura recente que fiz dos dois gibis finais da trilogia, o primeiro li no lançamento, anos atrás, e só dei uma folheadinha depois disso =P)
• Em Coração de Gelo, apresentamos a personagem, seu amor e sua nêmesis, tudo dentro de uma aventura na Antártida dos anos 20 com os monstros lovecraftianos de Nas Montanhas da Loucura.
• A filha (da filha) de Nemo é sequestrada pelos alemães no livro seguinte, As Rosas de Berlim, que obviamente se passa nos anos 40. Mas aqui acontece a sacada mais divertida da série, pra mim ao menos: nesse mundo não teve Adolf Hitler e sim Adenoid Hynkel, o personagem de Charlie Chaplin em O Grande Ditador, auxiliado por vários personagens do Cinema Expressionista Alemão (não vi nenhum filmes dessa fase, mas conheci vários de nome XD). E, assim como na vida real, meio que profeticamente, colocar uma piada fascista no poder nos leva aos horrores do fascismo real.
• E a história se fecha com Rio de Espíritos, com Nemo idosa e ainda durona, meio paranóica e vendo fantasmas, decidindo ir à Amazônia dos anos 70 decidida a por um fim em sua história com sua arquiinimiga, ou algo assim. Temos na trama referências aOs Meninos do Brasil (Moore, tu tava profeta estes dias né? Foi cogumelo de Patmos?), um monstro cinematográfico que não vou falar pra não estragar o enredo e um personagem que nem sabia que existia, mas que é considerado o primeiro super-herói: Hugo Hercules.
# Veredicto: Alan Moore escreveu no automático, fazendo referências à tudo que viu e leu na vida (e que não vou ter tempo de consumir). Não é ruim, mas sinceramente vale mais pelo completismo da coleção do que pela qualidade da história :P
# Bom: Reconhecer personagens e enredos de outras histórias que já consumi é até que divertido, admito :P
# Mau: ...mas esse jogo de referências deixa a trama pouco fluída, já que você quer saber quem é aquele ali que parece importante mas a história não explica ¬¬ Outra chatice são os textos finais, que pouco acrescentam à trama ou à composição do cenário. E Rio de Espíritos tem uma execução tão pouco sutil de "arma de Chekhov" que chega a ser feia.
64 páginas • R$ 49,90/R$ 55,00/ R$ 58,00 • 2015/2018/2019 • veja no site da editora: 1 2 3
ìndice de resenhas e movimentações da minha estante:
...e estou vendendo parte da minha coleção, veja a lista aqui
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