• Visão: pouco pior que um homem e Visão: eu também serei salvo pelo amor (de Tom King e Gabriel Walta) - Sabe aquela história q todo mundo elogia, que a crítica faz textões dissecando a superioridade do autor e que os fãs estão quase considerando algo a ser defendido de qualquer crítica, mas que você não curte?
Taí um caso.
Talvez por eu esperar mais depois de tanto hype - se cada vez mais começo a desconfiar de elogios da crítica, porque muitos elogios vem com jabá pra destacar alguém que já vem com alguma inércia. (deletando a teoria da conspiração porque quero guardar energias para as teorias da conspiração na política) - talvez porque a proposta de uma família de robôs tentando viver uma vida normal nos subúrbios da Gringolândia é algo com tanto potencial de história e metáforas.
Mas o que temos nesses dois álbuns que coletam as doze edições da revista Vision é uma história morna, com alguns easter eggs pros nerds e catadores de piolho se divertirem e procurarem referências ocultas (Grant Morrison ficaria orgulhoso), movidos por um dos clichês mais bosta que existem: a personagem novata que é colocada ao lado do personagem estabelecido e que faz merda.
# Veredicto: vai ficar na estante pra uma releitura futura, ou ao menos até eu ler Senhor Milagre, do mesmo autor. Daí decido se fica.
# Bom: o conceito da série, as interações dos robôs com os seres humanos "normais" e os pequenos absurdos do estilo de vida que tentam emular.
# Mau: a inclusão de outros super-heróis a certa altura da trama só aumenta o desgaste do roteiro. E, no fim das contas, o Visão não consegue se comportar nem como robô, nem como ser humano.
140 páginas (cada) • R$40,00 (cada) • 2018 • veja no site da editora • veja no site da editora
Pra quem não conhece, o Visão é um andróide ("sintozóide") que participa/participou dos Vingadores em diversas formações desde poucos anos depois o início do grupo, cuja personalidade era baseada nos padrões cerebrais de outro super-herói, o Magnum. Eventualmente ele tem um relacionamento com a também vingadora e mutante Feiticeira Escarlate, chegando a se casar e terem filhos - sim, isso soa absurdo, mas o poder da Feiticeira é fazer as coisas mais improváveis acontecerem ;)
Eventualmente alguns roteiristas decidiram apagar a memória dele, considerar os filhos dele uma fraude, terminar o casamento, e outros clichês do novelão Marvel, mas dessa fase do personagem não posso falar muito porque coincidiu com falta de grana pra comprar gibi e meio que perdi o vínculo com o gênero super-heróis: as vezes que peguei uma revista mais recente pra ler, não reconheci nelas os personagens com que me formei na leitura.
• Ragnarök 2: O Senhor dos Mortos (de Walter Simonson) - uma continuação muito digna do primeiro volume, mas com menos brilho e fôlego do autor.
#Veredicto: Fecha digniamente o arco iniciado no primeiro volume. Quando sair o terceiro volume (está sendo produzido, é isso? *-*), compro com um sorriso de orelha a orelha :P
#Bom: roteiro competente, arte de uma lenda viva e cores estonteantes, mais a inércia do primeiro volume (e do eco longínquo do trabalho do Simonson na Marvel). Tem até a reciclagem que fez o Loki quase perder a cabeça décadas atrás :P
#Mau: o maridão da elfa negra é uma companhia muito menor de aventuras que sua cônjuge. Os vilões não empolgam tanto, inclusive um que aparece do nada e dura duas? páginas lá pelo final do volume.
164 páginas • R$79,90 • 2018 • veja no site da editora
• Capitão Feio: Identidade (de Magno Costa e Marcelo Costa) - Capitão Feio deve ser o maior (super-)vilão dos gibis da Mônica - tanto que está na capa do primeira revista do Cebolinha* - e é justo que ganhe uma Graphic MSP só para ele. Cheia de ação, superpoderes e com monstros gigantes, "Identidade" é uma história de origem bem desenhada e bem escrita, num tom bem mais sério que nos gibizinhos, com um arco de desenvolvimento bem redondinho, fechando com uma pequena revelação no final (ia falar "pós-créditos", mas não tem créditos antes)(e melhor por aspas na "revelação", porque quem lê gibis já sabe o que se "revela" ali)
# Veredicto: não é uma das obras primas do selo, mas tira nota pra passar de ano. Compre sem medo ^^
# Bom: competência na arte, diagramação e no roteiro. Os autores fizeram a lição de casa e tudo funciona.
# Mau: leitura bem rapidinha e um tanto superficial comparando com outras Graphic MSP. O personagem mais desenvolvido, obviamente, é o Capitão Feio, mas mesmo com mais detalhes na vida e aprofundamento na personalidade dele, ele não tá muito longe da bidimensionalidade.
100 páginas • R$ 26,90 • 2017 • revista no site da editora
* apesar de aparecer na capa da primeira revista do Cebolinha, essa edição não tem história com o Capitão Feio :P
ìndice de resenhas e movimentações da minha estante:
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