Já faz um tempo que vi essa notícia lá no twitter:
...e invejei. Não que eu pretenda fazer cosplay de Arlequina, nem vi o filme (achei o trailler legal - graças ao Queen, certeza), mas porque o moleque quebrou uma regra que todo mundo já percebeu mas ninguém fala: "meninos são mais frescos que meninas".
Discorda?
Eu discordo de tua discordância: há anos que vejo mulheres, moças e meninas vestindo camisetas e acessórios super-heróis da Marvel, da DC, Star Wars e tudo o que elas quiserem, de todas as cores que ela quiserem, do preto ao rosa mais rosa.
Já no lado azul da Força.... "o time dos meninos" (e dos homens e rapazes e moços) não fazem muitos anos que comecei a vê-los usarem peças de roupa rosa - a terrível cor-símbolo. Eventualmente, graças a um fandom bem ativo, já vi uma ou outra camiseta de My Litle Pony por aqui (to devendo escrever sobre isso há anos, e é um assunto que tá cada vez mais no passado). O que é um avancinho, mas qualquer rapaz vestindo saias ainda vira notícia em portal e gera discussão por dias nas redes sociais.
roubando Laerte, porque ela foi certeira nessa
Assim, invejo o menino por ter dado um foda-se às regras toscas que os outros impõem e se vestiu de uma personagem que achou legal, assim como garotas volta e meia cosplayam personagens masculinos sem tanto trauma ou bully.
Afinal, são apenas personagens =)
Claro que Kai, o garoto, talvez seja uma menina trans (nascido garoto que se identifica como garota) com um pai foda que reconhece isso sem mais.... frescura :P Assim como parece ser o caso de Shiloh John, filhao de Angelina Jolie e Brad Pitt, que gosta de se apresentar "com roupas de menino" e que pelo jeito tem o apoio dos pais.
Esses exemplos são mais que saudáveis ou importantes, são foda. São de respeito às escolhas das crianças em questão, sem bullying, sem forçar a entrar em forminhas sociais. É mostrar aos outros (principalmente os adultos) a respeitar as escolhas dos outros, começando com quem vive com você e que você conhece praticamente desde que nasceu.
Mas espero mais que Kai não seja trans, que seja um garoto "como todos os outros", que um dia se vestiu da personagem que ele curte e mostrou que isso não é problema. O passo que ele deu é grande e arriscado contra o mar de bully que é a educação de que "menino não pode". As pessoas que estão do lado de fora da forminha "menino é menino e tem de gostar de meninas apenas, menina é menina e tem de gostar de meninos apenas" tem uma luta enorme contra preconceito e discriminação, mas os garotos precisam muito de exemplos "olha, ele fez isso e aconteceu nada com ele!!", crescer com uma neura a menos e termos menos homens preconceituosos com o amor e auto-identificação dos próximos e das próximas.