Nota: a resenha a seguir vai começar do meio, para ir direto ao ponto. Se vocÊ quiser ler do começo, siga para depois do pontilhado :P
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Enfim, deixa eu falar do livro :P O Leandro sabe escrever, a narrativa dele é boa e flui, quase não vi partes "cortáveis", (coisa que aconteceu em Além da Terra do Gelo, por exemplo) mas senti muita falta de desenvolvimento de personagem e de "novidades".
Dos personagens, a personagem central, Galatea, é raquítica em tridimensionalidade, talvez por seguir muito a idéia de paladina e coisa e tal. Na outra mão, a Iallanara é a mais complexa e humana (elfos são humanos?) do bando, com seu passado sofrido e maligno, mas mesmo ela podia ter ido mais longe, com todos seus conflitos internos e tal. No fim das contas ela me aparentou ser apenas uma menina invejosa da menina dourada com o futuro já escrito no livro das bem-aventuranças em vez da ex-bruxa maligna que tem de tomar decisões arrisadas para se redimir ou ao menos salvar a própria pele.
Quando falei da falta de "novidades", é sobre o esqueleto da trama: personagem central surpreende a todos do reino e se revela predestinada a destruir um grande mal. Outros personagens se juntam ao personagem e descobre-se que eles tem de juntar X elementos na sua jornada antes de atacar o Mal de vez. Fim.
É pecado fazer uma história assim? Não. Arroz com feijão é bom e sustenta e o Leandro Reis me provou ser um bom cozinheiro. Mas para mim faltou um tico tempero em Filhos de Galagah.
Em tempo: a cena da tortura durou demais ou tinha humor de menos. Ou é hipocrisia da personagem, como já falaram em outra resenha.
• Sites oficiais: Grinmelken, Grinmelken Blog
• Twitter do autor: @Radrak
Da minha lista de sonhos esquisitos: No sonho, eu estava lendo Filhos de Galagah (e não tinha terminado mesmo. Sonhar lendo um livro que você está lendo por si só é estranho) e as páginas do livro narravam que Iallanara, a bruxa vermelha revelava um segredo a Galatea, a heroína do livro: "Na verdade, eu sou homem".... XD
O que isso tem a ver com o livro?
Nada :P
Digo, um pouco, mas vou estar divagando: uma piada maldosa diz que os jogos de RPG online, os MMORPG (Massively multiplayer online role-playing game - jogo de interpretação de personagem online e em massa para múltiplos jogadores) na verdade querem dizer "Many Men Online Role-Playing Girls" ("Muitos homens online interpretando garotas" <-- tradução grosseira).
E se no sonho, uma personagem age de acordo com uma gracinha sobre um RPG online, Filhos de Galagah é um livro com um pé no RPG: alguns personagens são claramente nascidos no gênero e o próprio autor não nega a influência em sua formação.
(não, não estou dizendo que ele transformou uma partida em livro ou algo assim. E não, não estou dizendo que RPG atrapalhe ou melhore sua capacidade de escrita, na verdade gostaria de deixar registrado aqui aos caríssimos wannabe autores que tem nojinho de RPG, ou que declaram "já joguei RPG, mas não sou RPGista, tá?": VÃO PRA PUTA QUE PARIU, bandiposer.) (um dia disserto melhor sobre isso)
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