...na sexta passada...
... em uma terra muito, muito distante, (tão a leste que era quase Angola) havia um mushi-san que estava voltando a pé do terrível reino da Senzaland para sua casa, na MushiLand. Para se distrair, ele estava ouvindo o novo episódio do Papo na Estante, distraído da vida, do universo e tudo o mais.
Quando ele entrou na rua antes da sua rua mas depois da avenida, também conhecida com "Rua das Contas de Vidro", haviam nela uma barraquinha de cachorros-quente, muitos carros estacionados na margem esquerda, dois ou três mendingos para desviar e os costumeiros cacos de vidro de janela de carro (quebrados para roubo de toca cd) espalhados no chão - daí o nome da rua. Ao se desviar do segundo mendingo, o mushi notou uma movimentação estranha de grupos de garotos à frente dele, ou não, sei lá, ele estava bem distraído com os comentários sobre a Fantasticon.
Distraído não, imerso. Culpem Thiago, Eric e AnaCarol.
Ele virou a esquina em direção à MushiLand, no sétimo sobrado, e desceu a rua. No fim da calçada do sexto sobrado, subentendeu a palavra "assalto" ser dita entre as vozes conhecidas do podcast e percebeu que estava cercado por três distintos senhores e sendo sutilmente induzido a ficar rente ao muro...
E vou mudar a narração para a primeira pessoa do singular. =p
Quem conhece esse blog há mais tempo sabe que em situações de risco eu meio que acabou "desligando" em situações de crise e entro no automático. Na outra vez fiz nada, mas dessa vez alguma parte funcional do cérebro fez a seguinte associação: ladrão quer bolsa -> então -> sem bolsa = sem ladrão. E literalmente sem pensar joguei a bolsa com palm (onde estava o podcast) e fone de ouvido por cima do muro de minha casa XD
Eu acho que vi os três ladrões fazerem cara de 0.0 e já não estavam tão próximos de mim. Não lembro direito...
Um deles blefou: sugeriu pros outros me dar tiro. Sei lá, de bermuda e camiseta não vi arma, então espero que era blefe. Ainda no automático, respondi à ameaça tocando a campainha de casa e eles resolveram descer a rua com pressa em direção à favela. Meus pais apareceram e quando abriram o portão, eles já tinham sumido.
E não eram nem cinco da tarde ainda.
Claro que depois caiu a ficha e vi o tamanho da merda feita XD Eu podia mesmo ter levado um tiro, eles marcaram minha casa e tenho cabelo comprido, é fácil me achar na multidão.
Por outro lado, não criei o tipo de situação que gera vingança, assim espero. E também espero que eles sejam práticos: o tempo que eles gastariam me "procurando" para uma eventual vingança é tempo que eles poderiam estar fazendo coisa melhor, tipo outros assaltos -__-' (péssima linha de pensamento). Provavelmente eram ladrões de toca-CD de carro, frustrados por causa de ter gente "cuidando" das ruas onde eles roubavam, para revender por merreca e comprar crack.
Falando em crack, os donos do tráfego favela abaixo NÃO gostam de pequenos roubos na região. Roubos chamam polícia, que cobram propina, que atrapalham os negócios. Capitalismo. Já houve uma leva de pequenos ladrões na mesma rua uma época, e uma leva de mães chorando os filhos mortos algum tempo depois. Outra péssima linha de pensamento, não lá muito cristã -_-'
Sim, depois que tudo acontece, além de ver a besteira feita, fica imaginando trilhões de reações possíveis em que sairia bem além de encher os ladrões de porrada. Infelizmente meu nome não é Bill, nem sei invocar o espírito de Bruce Lee. Nem sou mutante ou kryptoniano. Ao menos não fiz merda desse nível :P
Para encerrar:
Naquela noite, eu ia jogar Street Fighter para relaxar, mas desisti por que queria dar porrada em alguém, não ficar levando pancada de cada noob que aparecesse no Live.
Se alguém perguntar qual era a cara dos ladrões, eu não sei. Não os reconheceria. Sou péssimo fisionomista e todos eles eram pardos de cabelo ruim, ou seja, a cara metade do bairro. Um deles usava camiseta do São Paulo, por sinal, mas até aí, outra metade do bairro também.
E esta manhã tentaram assaltar outra garota, os ladrões de carro desta vez. Foi bem cedo, não sei se está relacionado... -_-'