Acabou mais um Anima Mundi. É, falhei em avisar o pessoal aqui quando começou, mas tendo em vista o número de repórteres e câmeras que vi por lá nos primeiros dias, acho que os meios de comunicação em massa cumpriram bem esse papel.
Vi curtas excelentes em 2D, 3D, seja em stop motion, marionetes, CG... eu realmente desacredito em quem fala que "2D morreu" ou qualquer coisa em favor da computação gráfica. O roteiro é o mais importante. Não adianta fazer algo formidavelmente pirotécnico com um render maravilhoso que emula o real e o irreal, se não tem uma boa história por trás, que valha a pena ser contada. Eu não entendo como tem gente que não entende. Gente que fala que "Ryan" (destaque do ano passado, vencedor do Oscar de 2005 de melhor curta animado) "só vale a pena por causa do render". Se a história for boa, pode ser contado com palitinhos em um guardanapo de papel que irá conquistar as pessoas. O computador é um instrumento que facilitou muito a vida das pessoas em todas as áreas, mas é só isso.
Eu sei que nossos leitores aqui são pessoas inteligentes, com bom senso, que prezam uma boa história, e não precisavam ler isto, mas eu precisava desabafar. Tenho guardado muito ódio no coração acerca desse tema nos últimos meses. O Anima Mundi é um ótimo palco para que a diversidade de técnicas conquiste o público e mostre aos produtores que não é só de 3D em computação gráfica que vive a arte da animação.
Eis os vencedores do prêmio de público em São Paulo este ano
Observação mais pessoal: Vi sessões muito boas. Vi alguns poucos amigos. Muitos só vi de relance, rostos conhecidos. Mas nunca me senti tão só. Ano passado foi o Anima Mundi com amigos, este ano foi o da solidão (exceto em 3 sessões que vi na companhia de gente muito querida). Algo para me lembrar na animação de 15 segundos para o ano que vem.