Um bom falante geralmente é um péssimo ouvinte.
E às vezes agradeço por ser um dos piores falantes existentes: quem me conhece ao vivo sabe que falo rápido, quando não gaguejo ou me perco falando uma frase antes de ter a montado na mente antes. Sou apressado.
Domingo a noite peguei uma vizinha no ônibus de volta para São Paulo uma moça que não parava de falar dela própria, do desastre que foi seu primeiro namoro via internet e de que era formada em psicologia e fazia palestras pelo Brasil afora (estivera em Salvador e faz uma escala no Rio antes de voltar para casa). Acho que a gama de assuntos do quase monólogo dela tenderia ao infinito se eu não estivesse mais interessado em ler One Piece. Depois de responder algumas questões dela e acrescentar adendos aos assuntos com meu tom de voz mais criptografado, ela se calou e decidiu assistir Dr. Dolitlle, que estava passando no ônibus.
Viva :)
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