Um dia desses, eu vou morrer. Eu sei, eu sei... Parece mórbido, mas é a verdade. Todo mundo morre. Uns, mais cedo. Outros, mais tarde.... Já me acostumei com a idéia de que, mais hora, menos hora, eu vou daqui para uma melhor (?).
Imagino como será depois que eu morrer. Não aqui na terra, porque eu sei que o carnaval vai ser fichinha perto da festa que vão fazer. Imagino como será quando eu chegar lá, no Éden, para o julgamento. Vão pesar meus pecados e minhas boas ações. A balança vai entortar no lado dos pecados. Deus, já pronto a me oferecer a danação eterna (com um leve sorriso sarcástico, talvez pela certeza de estar realizando a sacanagem suprema para comigo....), é interrompido por um anjo. Algo sobre direito de defesa, redenção, essas coisas. Aí, vão me perguntar:
- "Ok, qual era mesmo a sua profissão na Terra?"
- "Bom, eu.... trabalhava com... err... bem... informática"
Ouvirei vários "ohhhhhhhhhh!!!!!!!!!" no paraíso. Umas e outras exclamações de "Coitado...." também aparecem.... Deus prossegue, já meio desapontado:
- "Certo, mas... Você fazia o quê? Era CEO de alguma empresa? Gerente de TI? Ganhou algum IBEST?"
- "Não, eu... bem, eu era suporte técnico de uma mini-empresa na minha cidade. Cuidava do suporte, do help desk, da rede, do desenvolvimento, das artes, enfim, de tudo o que era relacionado a informática. Um dia, me mandaram arrumar até fax. Mas a máquina de xerox mesmo é que deu trabalho...."
Reviravolta total no paraíso. Alguns exigem que eu tenha meus pecados perdoados. Outros, que eu me torne um santo.
- "Bom, acho que isso já lhe garante uma entrada no paraíso, mas não sem antes uma permanência no purgatório. Diga-me filho, antes que eu lhe mande para a purificação dos seus pecados, o nome da empresa em que você trabalhou?"
- "Bem, eu trabalhei na........"
Meia hora depois, estarei no paraíso, como o mais novo braço-direito do Manda-Chuva. Provavelmente, essa será a única maneira de pagar-me pelo que agüento aqui....
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