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parte 1 ----------

Os Sóis brilhavam generosamente por todo aquela região do Reino, fazendo a combinação ideal àquela praia de areias brancas, larga, deserta e banhada por um mar tão azul que causava inveja ao céu. Na medida do possível, os garotos providenciaram ou adaptaram suas roupas mais de acordo à ocasião e estavam se divertindo na praia, algo que não faziam desde às últimas férias na Terra.
Bobby brincava com Uni na água, as garotas tomavam sol e Hank descansava um pouco longe dos amigos, sob a sombra duma grande rocha encravada na areia, observando especialmente às tentativas de Presto em tirar uma vara de pescar de seu chapéu, coisa insistentemente pedida por Eric...
- Deixa que eu mesmo tiro esta vara deste seu maldito chapé... aaaaaaii!! Meu deeeedo!!!!
Uivando de dor, o Cavaleiro joga o caranguejo para longe enquanto tenta aliviar a dor pulsante em seu indicador. Dentro do mar, Bobby começa a rir, assim como Presto tenta conter o riso, mas também cai em gargalhadas e deita de costas na grande pedra na margem do mar em que os dois estão. "Desculpe, Eric... hihihi... mas.... heheh...aieEehh!!!"
O Mágico se levanta e pula pra fora da rocha instantaneamente. Ainda sentindo o dedo, Eric engole em seco ao ver seus amigos quase que imediatamente saindo do relaxamento de segundos atrás e pegando suas armas contra uma ameaça que, pelo olhar deles, parecia estar vindo de trás dele mesmo!... De repente, uma das flechas de Hank assobia perto da sua orelha esquerda, sendo seguida por mais duas, do seu lado direito.
- Você está doido, Hank?! Quase me acerta...
- Pula logo, Eric! - Diana já estava longe, pouco na frente dos outros.
Ele olha para trás e vê três orcs caídos, presos em anéis de energia. Levanta o olhar uma fração de segundo e vê um pouco mais longe: outra dúzia deles vinha correndo para onde estava! Num piscar de olhos, Eric já estava correndo na frente de todos seus colegas.

Não havia vegetação espessa o bastante para esconde-los, nem Uni. Nem saliências no chão, nem no grande paredão rochoso que estreitava cada vez mais a praia. Não havia sequer uma pedra grande o suficiente, nada que servisse como esconderijo. Eles estavam correndo desprotegidos faziam cinco minutos e toda vez que olhavam para trás, o número de orcs que os perseguiam parecia estar maior. E mais próximo.
- Olhem ali! - Sheila aponta para uma ilha, com uma cidade nela: a única chance até agora deles conseguirem abrigo ou ajuda! O braço de mar era bastante raso, molhando pouco acima dos joelhos, e em pouco tempo eles já estavam lá.

A cidade era aparentemente grande, não apenas uma vila perdida no litoral, mas um centro urbano bastante desenvolvido, com casas térreas e ruas de paralelepípedo, tudo em tons claros de bege.
Mas parecia estar abandonada há muito tempo.
Após mais uns minutos de corrida cidade adentro, exaustos, todos param e olham para trás... os orcs pareciam ter desistido de segui-los... ainda estavam no litoral.
- Isso não é bom sinal...
- Eu concordo Presto, mas por enquanto não temos outra opção senão esperar eles irem embora.
Cansados, sentam-se para descansar numa espécie de praça, junto à uma velha fonte - um chafariz que não funcionava mais, mas que ainda retinha as águas da chuva.
- Meus pés estão me matando! Essa armadura não foi feita para correr!!!
- Mas você foi feito para correr, Eric! Deve ter batido algum recorde olímpico!! Ultrapassou todos nós num piscar de olhos!
- É, Diana, temos dois atletas no grupo: você e Eric!
- Hmpf!
Risos de (quase) todos.
- Bem, vou andar e reconhecer o local. Talvez eu encontre alguém ou algo que nos tire desta ilha. Alguém quer vir comigo?
- Eu vou com você, Hank - Diana se levanta.
- Posso ir com eles, Sheila? - "Claro, Bobby" - Vamos, Uni!
- Eu vou ficar por aqui.
- Também estou cansada.
- Se acharem comida, me chamem! Eu tô morrendo de fome!
- Cale a boca, Eric!


- O que aconteceu nesta cidade, hein? Parece que foi abandonada de repente...
- Ora, Bobby. Este mundo está cheio de locais abandonados... - Diana.
- Uma cidade inteira abandonada é sempre mais estranho que uma fortaleza ou um templo... Uni faz sons como se aceitasse a opinião de Bobby.
- Realmente. Essa cidade é muito grande...
- É verdade, meu jovem - Todos olham para trás. O Mestre dos Magos estava sentado sobre um velho muro em tons de areia - Aqui foi lar de um antigo povo... uma metrópole grande e poderosa, mas seus habitantes fugiram daqui há muito tempo atrás para uma nova cidade, em local mais seguro. Há um grande perigo se ficarem aqui depois do anoitecer. E se ficarem, só aquela que fará mudanças poderá ajudá-los a sair.
- Mas não temos como sair daqui sem passarmos pelos orcs!
- Há outra saída desta ilha, um velho barco, no porto naquela direção.
Ele aponta e todos olham para longe.
- E um último aviso: tudo se resolve um dia, mesmo que vocês tenham se esquecido do problema. Mas às vezes o problema não é mais um problema... Tudo pode depender de uma decisão.
- Mestre dos Magos, estamos perto do caminho para casa? - Bobby.
- Você viverá outra vida antes disso, Bárbaro.
- !?
- Sumiu de novo...
- Mas ele não falou em enigmas desta vez! Vamos chamar os outros e sair daqui.
- Vamos por aquela direção. Nós demos muitas voltas e cortaremos caminho por lá - Diana mostra uma rua descendo em direção ao mar e aos acampamento dos orcs, na outra margem, cujas fogueiras eram visíveis de onde eles estavam.

Os passos rápidos dos três e da unicórnio faziam pequenos ecos na rua apertada e nas velhas casas, algumas já sem o teto. Aos poucos a descida acentuava-se e depois de quinze minutos, a rua acabava em outra perpendicular, frente a um muro alto de blocos. Olhando à direita, uns 30 metros, havia um grande arco que dava passagem para dentro da muralha.
Lá árvores secas circundavam uma arquibancada em semicírculo, cujo centro era um palco, com várias estátuas e pilares em torno dele. No geral, a construção lembrava um teatro da Grécia antiga.
- Não, não era um teatro. Aqui era um templo. Deve ter sido muito bonito quando a cidade era habitada - Diana explicava com naturalidade, como se o local fosse velho conhecido dela.
Eles descem até o final. Hank pára para admirar as esculturas e colunas. Apesar de abandonado há muito tempo, aquele velho tempo ainda mantinha seu ar solene.
- Só há estátuas de mulheres...
Bobby chuta uma corrente enferrujada presa à um aro no chão do altar. Observando melhor, havia outros aros como aquele espalhados por todo o piso de paralelepípedos beges.
Atrás deles, uma das estátuas se destacava entre todas as outras. Era a mais alta e a central do conjunto, e estava numa posição que parecia olhar atentamente para os três. Na sua mão direita, uma lança de ferro comum e bastante enferrujada ainda resistia e apontava para o céu. A mão esquerda segurava um grande escudo negro, com detalhes dourados. Diana se admira com a qualidade do trabalho e decide senti-lo com os dedos... e enquanto eles deslizam pelos detalhes de alto a baixo, um arrepio passa por sua espinha. Em dúvida, Diana olha para cima. A velha estátua parecia esboçar um sorriso dizendo "você fez a coisa certa".
Por um instante, ela acreditou.

Hank, instintivamente, virou-se e olhou para os olhos da estátua, que estavam brilhando forte...

...E Diana ouviu e viu aquela cidade na época em que ainda era uma cidade viva. Ouviu os cânticos do templo, as novidades do mercado oferecendo as maravilhas do mundo lá fora, as conversas na rua, viu mães levando suas filhas às tutoras, as centuriãs cuidando da segurança interna e externa da cidade, sacerdotisas preparando novas cidadãs vindas de locais diferentes do Reino. Havia apenas mulheres. A Acrobata desceu e subiu todas as suas ruas, olhou por através de todas as janelas... a sensação que inundava todos os seus sentidos era tão forte e real, que nem seu corpo de atleta nata evitou que no fim ela desmaiasse.


Sheila estava ansiosa, aguardando a chegada dos outros, andando para lá e para cá dentro daquela praça. Ficar longe do irmão sempre a deixava nervosa. Presto estava tirando um cochilo fazia pouco tempo. Assim, foi Eric o primeiro a ouvir o estalo, que depois soou como um trovão e foi seguido de uma luz amarelada que começava a crescer longe... O Cavaleiro quase que não teve tempo de usar seu escudo e erguer uma barreira que protegeu ele e seus colegas da onda de energia que tomou toda a cidade, e que em poucos minutos desvaneceu...
- Os outros!!!

Os três correram o mais rápido o que puderam na direção em que Eric ouviu tudo começar. Subiram e desceram ladeiras, fizeram curvas erradas, chamaram por toda a cidade em alta voz por seus colegas.
Exaustos pela segunda vez naquele dia, encontraram o Templo ao ar livre... E de longe viram Diana, Hank e Bobby desmaiados. Uni lambia e berrava seu dono tentando acorda-lo.
- Ei, Presto - Eric cochicha - você não acha que Hank e Bobby estão diferentes...
- É, pensei que fossem meus óculos, mas parece sim...
- Bobby!!! - Sheila não consegue se segurar e corre, ao mesmo tempo em que Hank começa a se levantar. Ele resmunga baixinho das dores em seu corpo antes de perceber seus colegas, mas cala-se ao se espantar com o tom agudo que sai de suas cordas vocais.
- Eles estão bem!
...
- O quê?!
Diana ainda estava desacordada, mas aparentava estar bem. Era o estado dos garotos que espantou os três que chegaram. Hank estava sentado, e um pouco menor em estatura, estranhando o estado de seu corpo, conferindo o volume de seus peitos com as mãos. Bobby estava de costas, mas Sheila tratou de cobrir o tórax de seu irmão rapidamente com seu manto... Assim como aconteceu com ela quando tinha 10 anos (na verdade, Bobby estava sendo um pouco mais precoce que ela), era possível perceber volumes se insinuando no torso nu.

Hank e Bobby eram garotas agora!


(um dia corrijo os erros de ortografia e gramática)

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This page contains a single entry by mushi-san published on January 15, 2002 7:31 AM.

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